
No último domingo, o Peru decretou emergência nacional de saúde após registrar mais de 180 casos e 4 mortes pela síndrome de Guillain-Barré apenas neste ano. O surto incomum chamou a atenção sobre essa doença, considerada rara. Uma das dúvidas mais comuns é sobre a transmissão da doença.
O neurologista Alex Baeta, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que a síndrome de Guillain-Barré não é uma doença contagiosa e, portanto, não há risco de transmissão.
— A Síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio imunomediado, ou seja, nosso sistema imunológico começa a atacar estruturas do nosso próprio corpo. Geralmente, a síndrome é provocada por um processo infeccioso anterior. Mas ela não é contagiosa. O paciente poderá transmitir o vírus que desencadeou a síndrome, por exemplo, mas não a síndrome em si.
Várias infecções têm sido associadas à síndrome, mas a mais comum é a infecção por Campylobacter, que causa diarréia. Outras infecções a que podem desencadear essa doença incluem Zika, dengue, chikungunya, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, sarampo, vírus de influenza A, Mycoplasma pneumoniae, enterovirus D68, hepatite A, B, C, HIV, entre outros.
Na síndrome de Guillain-Barré, o sistema imunológico do paciente passa a atacar os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo. Na maioria dos casos, os sintomas aparecem de duas a três semanas após a infecção viral ou bacteriana.
A maioria dos pacientes percebe inicialmente a doença pela sensação de dormência ou queimação nas extremidades membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, superiores (mãos e braços).
— O primeiro sinal da doença geralmente é uma alteração motora. O paciente começa com uma fraqueza, que chamamos de ascendente. Ela começa nos pés e sobe pelo corpo, até os braços e podendo chegar à face — explica Baeta.
Outros sintomas da doença são:
- Alteração ou perda de sensibilidade nos membros;
- Dificuldade de respiração;
- Dificuldade para falar;
- Dificuldade para deglutir;
- Retenção urinária;
- Aumento ou queda da pressão arterial;
- Arritmias cardíacas;
- Visão dupla;
- Paralisia da face;
- Alteração de reflexo.
- Confusão mental;
- Coma;
- Tremores;
- Redução ou perda do tono muscular.
Com informações de: O Gobo







