A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na terça-feira (4/11), o sogro de um dos suspeitos de envolvimento na morte do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, executado a tiros em Praia Grande, no litoral paulista, no dia 15 de setembro. O motivo foi a falta de pagamento de pensão alimentícia.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o sogro de Marcos Augusto Rodrigues Cardoso foi ouvido na sede do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) com o objetivo de contribuir para as investigações e esclarecer o envolvimento do familiar, preso na segunda-feira (3/11).

O sogro seria liberado após o depoimento, mas acabou detido em decorrência de um mandado de prisão em aberto por não pagamento de pensão alimentícia.

Conhecido como Penélope, Marcos Augusto Rodrigues Cardoso foi preso no Grajaú, zona sul da capital paulista. Ele é o 10º detido por suspeita de envolvimento na morte do ex-delegado. O secretário-executivo de Segurança Osvaldo Nico afirmou que o suspeito chamou comparsas para executar o Ruy Ferraz.

A SSP informou que o indivíduo tem antecedentes criminais por receptação, porte ilegal de arma de fogo e furto. Com ele foi apreendida uma arma de fogo calibre 380.

De acordo com a pasta, mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em desdobramento da prisão.

Prisões anteriores

  • José Nildo da Silva, de 47 anos, é suspeito de ser um dos atiradores. Ele teria se dirigido a uma das quatro residências que teriam sido usadas na logística do crime após a execução. Ele foi preso em Itanhaém no final de outubro.
  • Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático, teria organizado parte da operação criminosa, incumbindo outro indivíduo de transportar um terceiro participante.
  • Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano, teve digitais identificadas pela perícia em um dos carros usados no assassinato. Ele é apontado como “disciplina” da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) no ABC Paulista, na Região Metropolitana de São Paulo.
  • William Silva Marques, dono da casa usada como QG do crime.
  • Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar e apontado como um dos atiradores.
  • Dahesley Oliveira Pires, acusada de ser a pessoa que buscou o fuzil no litoral paulista.
  • Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, que teria sido responsável por dar carona para um dos criminosos fugir da cena do crime. A ação teria sido orientada por Danilo Pereira Pena, o Matemático.
  • Umberto Alberto Gomes, apontado como um possível atirador e morto em confronto com a polícia no Paraná. As impressões digitais dele foram detectadas em um imóvel em Mongaguá, que teria sido utilizado pela quadrilha antes do crime.
  • Cristiano Alves da Silva, de 36 anos, conhecido como Cris Brown, é apontado como proprietário da casa em Mongaguá que foi utilizada como ponto de apoio aos criminosos.
  • Paulo Henrique Caetano Sales, conhecido como PH, de 35 anos, apontado como dono de uma das casas usadas pelos criminosos responsáveis pela execução.

Linhas de investigação

O ex-delegado e então secretário da Administração de Praia Grande foi morto em uma emboscada no dia 15 de setembro. Pouco mais de um mês após o crime, fontes próximas à investigação confirmaram ao Metrópoles que, até o momento, a apuração trabalha com duas principais hipóteses.

A primeira seria uma vingança do crime organizado, tendo em vista os anos de carreira que Ruy Ferraz dedicou em combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação também considera uma possível retaliação de colegas de prefeitura, uma vez que o ex-delegado estaria supervisionando um contrato milionário de licitação, que previa a compra de equipamentos destinados à ampliação do sistema de videomonitoramento e wi-fi da gestão municipal.

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