A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, em entrevista à EBC, declarou que eclosão da crise sanitária vivida pelos Yanomamis, em Roraima, é apenas “a ponta do iceberg”.

Segundo Grajajara, os últimos seis anos foram de muita ausência do poder público e o que foi mostrado, sobre o dilema do Yanomami, é apenas uma pontinha do iceberg.

Ela citou, por exemplo, como resultado dessa ausência, o sofrimento dos povos Arariboia e Guajajara, no Maranhão, Uru-eu-wau-wau, em Rondônia, Karipuna, no Acre, e Munduruku, no Pará, vítimas da sanha criminosa de madeireiro ou de garimpeiro, responsáveis pela insegurança geral de saúde e alimentar.

Durante a entrevista, a ministra declarou, também, preocupação com os povo da região do Vale do Javari que concentra o maior número de povos indígenas isolados de todo o país.

Alvo da cobiça de pescadores e madeireiros, ela lembrou o episódio ocorrido ano passado na região que comoveu o mundo inteiro com a morte cruel do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico, Dom Phillips.

Sônia Guajajara ressaltou que o Vale do Javari – sua segurança e preservação – é uma prioridade do Ministério dos Povos Originários.

A ministra defendeu ações permanentes nos territórios indígenas para repelir ameaças e evitar novas situações de vulnerabilidade.

A ideia inicial, segundo comentou, é de que o Ministério da Defesa marque presença na região e, juntamente com o Ministério da Justiça e Polícia Federal, garanta segurança efetiva e permanente aos povos originários.

E é preciso que seja feito um trabalho articulado com vários ministérios. Para isso, instalou-se uma comissão de enfrentamento que vai começar na segunda-feira (30), e a ideia é que o Ministério da Defesa permaneça ali com essa presença de fiscalização, juntamente com Ministério da Justiça, [com] a Polícia Federal”, finalizou.

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