
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta terça-feira (11/11) o grupo conhecido como “kids pretos”, militares de forças especiais do Exército e um policial federal, acusados de integrar o núcleo 3 de uma trama golpista. O grupo é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por planejar ataques e monitorar autoridades.
De acordo com a PGR, os nove militares e um policial federal são acusados de atuar em três frentes principais: planejamento de assassinatos de autoridades, pressão sobre a cúpula das Forças Armadas para aderir a um golpe de Estado e propagação de desinformação sobre o sistema eleitoral.
Plano “Punhal Verde e Amarelo” e Alvos
As investigações da PGR indicam que os réus elaboraram o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro do STF Alexandre de Moraes. O grupo teria monitorado autoridades e discutido estratégias para criar caos social que justificasse uma intervenção militar.
Entre os 10 acusados, figuram oficiais da ativa e da reserva, incluindo o General Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, acusado de dar aval aos planos golpistas, e o Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, apontado como autor de uma planilha detalhando as etapas do golpe. Um agente da Polícia Federal, Wladimir Matos Soares, também está entre os réus, acusado de monitorar Lula e repassar informações sobre sua segurança.
Crimes e Tramitação do Julgamento
Nove dos dez réus respondem por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, deterioração do patrimônio público e dano ao patrimônio tombado. Apenas Ronald Ferreira de Araújo Júnior teve sua denúncia atenuada para incitação ao crime, por falta de provas de envolvimento direto.
O julgamento é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Nesta terça-feira, a sessão ouve o relatório e as sustentações orais da PGR e das defesas. Os votos dos ministros estão previstos para a próxima semana, nos dias 18 e 19 de novembro. Além de Moraes, participam os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Dois dos “kids pretos” foram autorizados a comparecer ao julgamento, mas com escolta policial e proibição de conceder entrevistas.
Com informações de Metrópoles










