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O ex-prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio (Podemos), teria pago R$ 85 mil no fuzil utilizado em falso atentado realizado contra ele durante as eleições do município da Grande São Paulo, no dia 18 de outubro.

A informação foi passada por um dos presos em uma “colaboração premiada” e segundo o promotor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Juliano Carvalho Atoji, ainda precisa ser confirmada.

Além da compra do fuzil, os mandantes do atentado ainda teriam prometido o pagamento de R$ 500 mil a cada um dos executores que forjaram o ataque.

Apesar das afirmações, até o momento desta publicação, as autoridades não têm indícios que liguem o ex-prefeito ao atentado.

Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa de João Aprígio na última segunda-feira (17/2). No local, os agentes apreenderam R$ 320 mil em espécie. Em nota, o advogado do ex-prefeito, Allan Mohamed Melo Hassan, afirmou que foi surpreendido com o desdobramento das investigações.

Segundo a defesa Aprígio é a vítima ao levar um tiro “com armamento pesado, em outubro de 2024, que, por sorte, não ceifou a sua vida”.

Sobre o dinheiro apreendido na residência, o advogado disse que a quantia foi devidamente declarada em seu imposto de renda e por isso seria de origem legal.

Ex-secretários investigados

  • Três ex-secretários também foram alvos da operação. Segundo as investigações o atentado foi forjado e organizado por pessoas próximas a José Aprígio, candidato à reeleição na época.
  • Os três investigados são: José Vanderlei, Ricardo Rezende e Valdemar Aprígio, este último irmão de José Aprígio, alvo do ataque.

“O que nós estamos vendo dos secretários num primeiro momento, é a ligação que eles tinham com executores. Em algum momento, alguém teria que ter contratado quem foi fazer esse serviço. Esse alguém, quem é? Nós temos que ter certeza. Para isso, nós fizemos um mandado de busca hoje”, afirmou o delegado responsável pela investigação, Hélio Bressan, da Seccional de Taboão.

  • Nas buscas realizadas na residência das casas dos investigados, foram apreendidos computadores, celulares, armas, munições. Por meio dos materiais recolhidos as autoridades esperam ter mais convicção quanto ao mando do atentado fake.

  • Quatro testemunhas que estavam dentro do carro no momento em que Aprígio foi baleado no ombro, por uma AK-47, também estão sendo investigadas.
  • Ao todo, três executores já foram identificados, com um preso e dois foragidos.
  • Além disso, dois investigados são apontados como “interlocutores” entre os mandantes e os atiradores. O número de mandantes ainda não está claro.

Sobrinho com histórico

Christian Lima Silva é um dos investigados por ter ligação com o mando do atentado forjado.

Ele é sobrinho de Aprígio e, segundo as investigações, já tem histórico familiar de ação parecida, visto que também teria participado de outro ataque fake, mas, desta vez, para favorecer o pai durante a eleição municipal de Minador do Negrão, em Alagoas.

No caso que envolve o ex-mandatário da Prefeitura de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, Christian teria contratado uma das quatro pessoas que estavam presentes no carro junto com Aprígio na época do atentado, dois dias antes da ação.

Ataque forjado

  • Ainda de acordo com o delegado Bressan ao longo das investigações indícios apontaram que o ataque ao ex-prefeito foi forjado.
    Segundo ele, Aprígio esteve em condições muito mais vulneráveis ao longo do dia, onde um possível assassinato seria de mais fácil execução.
  • Além disso, frequentes conversas dos executores sobre a blindagem do carro levantaram alerta das investigações.
  • Uma operação da polícia e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária.

O atentado

Um vídeo (veja abaixo) mostra o político baleado dentro de um carro e, depois, sendo socorrido em uma cadeira de rodas. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um veículo passou na Rodovia Régis Bittencourt e disparou contra o carro oficial da prefeitura.

Após o ocorrido, o prefeito foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Akira Tada, em Taboão da Serra, onde recebeu os primeiros socorros.

Depois, o político foi transferido para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde permaneceu sob cuidados médicos. Ele teve alta na véspera da eleição, em 26 de outubro.

Aprígio tentava a reeleição, mas foi derrotado no segundo turno na disputa pela Prefeitura de Taboão da Serra por Daniel Bugalho (União Brasil).

Com informações de Metrópoles.

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