
São Paulo — O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu, nesta terça-feira (11/3), que será candidato à Presidência da República em 2026, apesar de estar inelegível, e disse que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu afilhado político, vai disputar a reeleição ao governo do estado no ano que vem.
“Nós dois seremos candidatos ano que vem. O Tarcísio para reeleição e eu para presidente. Se eu não aparecer como candidato é uma negação à democracia. Qual foi o crime cometido? Reunião com embaixadores? Tenha santa paciência”, disse Bolsonaro, durante visita ao Salão Nacional e Internacional das Motopeças, na zona norte da capital paulista.
Bolsonaro foi ao evento acompanhado de Tarcísio e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ele circulou pela feira, vestiu um capacete de grafeno lançado pela Bravo Grafeno, empresa que abriu com o filho no ano passado, e elogiou Tarcísio, que foi seu ministro e lançado por ele ao governo paulista em 2022.
“Foi amor a primeira vista em 2018”, disse Bolsonaro ao lembrar da época que conheceu Tarcísio. “Eu tenho muito a agradecer ao Tarcísio o que ele fez como ministro e obviamente a vinda dele para cá [São Paulo]. Ele é um carioca, torcedor do Flamengo, veio para cá e conseguiu vencer as eleições. É um brilhante gestor e é uma grande promessa para o futuro. Parabéns, Tarcísio. Vamos até dormir junto hoje”, acrescentou.
Em junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso de indevido dos meios de comunicação pelos ataques que eles fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores, em julho de 2022. Com a condenação, pelo placar de 5 a 2, o ex-presidente ficou inelegível até 2030 — oito anos a contar a partir de 2022.
Com Bolsonaro barrado pela Justiça Eleitoral, o nome de Tarcísio vem sendo apontado por aliados como um possível candidato da direita bolsonarista ao Planalto no próximo ano — o governador sempre tem negado o plano de concorrer à Presidência e dito que disputará a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
Convocação para ato no Rio
Além de se defender de acusações e se colocar como o candidato para 2026, Bolsonaro mencionou o ato marcado para o próximo domingo (16/3), em Copacabana, no Rio de Janeiro, em defesa da liberdade e contra o governo Lula. Também acompanharam o ex-presidente o deputado federal Celso Russomano (Republicanos-SP) e os deputados estaduais Gil Diniz (PL), Tomé Abduch (Republicanos) e Jorge Wilson (Republicanos), líder do governo Tarcísio na Assembleia Legislativa.
O vice-prefeito da capital, Coronel Mello Araújo (PL), indicado por Bolsonaro para a chapa vencedora das eleições municipais do ano passado, também acompanhou a agenda.
Desde que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, em 18 de fevereiro, o ex-presidente tem intensificado viagens pelo país em uma tentativa de demonstração de força política que culminará em dois atos públicos. Além da manifestação na Orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, Bolsonaro quer reunir apoiadores na Avenida Paulista em 6 de abril.
Na semana seguinte após a apresentação da acusação, em 24 de fevereiro, o ex-presidente foi a Recife e Vitória de Santo Antão (PE), onde recebeu um título de cidadão honorário e concedeu entrevista a rádios locais. Depois, entre o dia 28 de fevereiro e a primeira semana de março, no litoral do Rio de Janeiro, Bolsonaro fez aparições em Ilha Grande, Angra dos Reis e Mambucaba, e expôs o afago de apoiadores nas redes sociais.