O terceiro dia do Amazonas Green Jazz Festival mais uma vez recebeu apresentações de grandes nomes do gênero no palco do teatro Amazonas. Como segunda atração da noite deste domingo (24/07), a Amazonas Band – anfitriã do festival – recebeu o trompetista, compositor e arranjador norte-americano, Daniel Barry, acompanhado do multi-instrumentista e compositor brasileiro Felipe Salles.
“Já vim ao Brasil umas seis, sete vezes. Estive na primeiríssima edição desse festival”, disse Daniel Barry, se credenciando como um dos fundadores do Amazonas Green Jazz Festival. “Estou muito feliz em estar de volta. É uma pena que tivemos que adiar esse retorno por dois anos. O maestro Rui [Carvalho] faz um excelente trabalho na organização do festival e a banda [Amazonas Band] é ótima. Então, é uma experiência fantástica”, elogiou.
Daniel Barry estava animado com o fato de executar uma composição do maestro Rui Machado, escrita especialmente para ele, chamada “Ponta Negra”. “Executamos alguns de meus arranjos feitos originalmente para a Amazonas Band. Eu toquei trompete e flugelhorn. Também executamos uma composição que Rui [Carvalho] escreveu para mim, chamada ‘Ponta Negra’”.
O músico americano declarou que sente uma forte conexão com essa parte do mundo. “Tocamos também uma composição minha chamada ‘The mighty Urubamba’ (O poderoso Urubamba). Urubamba é um rio no Peru que corre através dos Andes, passando pela cidade sagrada de Cusco, no Vale Sagrado, até Machu Pichu”, contou.
Barry também estava ansioso da viagem turística que faria após se apresentar no festival. “Vou ao Mirante Jungle Lodge. Dessa vez vim com minha filha, que é bióloga especializada em vida selvagem. Então isso aqui é o paraíso para ela. Essa é a primeira vez dela no Brasil. Quando ela chegar à floresta, vai estar no paraíso”, afirmou.
Imersão na cena local
O multi-instrumentista e compositor brasileiro, Felipe Salles, outra estrela da noite de domingo (25) do Amazonas Green Jazz Festival, não veio a Manaus somente para a apresentação no festival. Ele está na cidade desde o dia 4 de julho, quando chegou para ministrar um curso de improvisação na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), para músicos locais.
“Foi muito bacana. Um aprendizado para todos, inclusive para mim, tentando moldar a minha metodologia à realidade e ao nível local. A gente tem sempre que saber ouvir os alunos para saber o que está acontecendo e entender por onde a gente tem que abordar”, avaliou.
Felipe Salles também teve composições suas tocadas na apresentação desse domingo (24). “Uma delas é ‘Maracatu de Orleans’, que brinca com uma mistura do maracatu brasileiro e do second line de New Orleans. Outra peça minha é ‘Lullaby número 1’, que é inspirada na Terezinha de Jesus, mas é uma viagem que eu fiz usando o conceito e as melodias das cantigas de ninar brasileiras”, afirmou.
Pela primeira vez no festival e segunda vez em Manaus – veio pela primeira vez como turista há 33 anos, quando tinha 16 anos – Felipe Salles é só elogios ao Amazonas Green Jazz Festival. “O festival é fantástico. Tem grandes nomes. É muito bacana estar aqui e ver o jazz acontecendo em Manaus com esse monte de gente vindo de fora e também de outras partes do Brasil, apresentando uma música tão rica e cheia de nuances. O público vindo. É muito bacana. Espero que seja uma coisa que continue por muitos e muitos anos”, desejou.
Mais sobre o festival
Além dos shows no Teatro Amazonas, o festival também está oferecendo palestras e workshops gratuitos com os artistas nacionais e internacionais. A programação completa está disponível no site: www.amazonasgreenjazzfestival.
O Amazonas Green Jazz Festival tem patrocínio master do Instituto Cultura Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, apoio da Embaixada dos Estados Unidos, e o hotel oficial é o Juma Ópera.