O jornal norte-americano The New York Times publicou, nesta quinta-feira (27/10), um contundente editorial denunciando a possibilidade de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) como um risco para toda a humanidade.

Ao divulgar dados sobre o aumento da destruição da Amazônia no atual governo, a publicação critica o desmonte da legislação ambiental. Também consta, no periódico, uma entrevista com a ativista indígena Txai Suruí, que ficou famosa ao desaprovar a atuação do governo, em discurso na Conferência da ONU para as Mudanças Climáticas em 2021.

Txai mencionou ataques que recebeu do próprio mandatário após o discurso da ativista na COP26, na Escócia. Ela ainda ressaltou ao The New York Times que a Amazônia é a casa dela e de seu povo, mas que a destruição da floresta ameaça todo o mundo. “Um candidato quer salvar a Amazônia, e outro quer queimá-la”, avalia a indígena.

No editorial do New York Times, em inglês, o jornal alerta aos leitores que o pleito brasileiro não é “apenas mais uma eleição em um país estrangeiro”.

“O dia mais importante para o planeta e para nossa sobrevivência é 30 de outubro”, assinala o texto, frisando que a Floresta Amazônica é 10 vezes maior do que a França, e tem o dobro de árvores em comparação aos Estados Unidos.

Em vídeo, o jornal mostra um discurso em que Bolsonaro diz que meio ambiente e desenvolvimento “têm que casar” e que, enquanto ele for presidente, “o desenvolvimento vai estar acima de tudo”.

The New York Times cita áreas invadidas

Os bolsonaristas, incentivados por pedido do próprio presidente no último debate contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegam que o desmatamento é atualmente menor do que nos governos petistas. Esses correligionários, porém, ignoram que, sob o comando de Lula e Dilma Rousseff, a curva de destruição esteve em baixa, e agora, com Bolsonaro, está em alta e apresenta aumentos anuais consistentes.

O editorial cita também que, se reeleito, Bolsonaro vai lutar pela aprovação do PL nº 2.633, que trata da regularização de áreas invadidas. Para o jornal, trata-se do “projeto de lei mais destrutivo no mundo”. O editorial batizou a proposta de “Projeto de Lei Recompense os criminosos, Dane-se a Amazônia e que o Planeta Arda no Inferno”.

Ao defender o voto dos brasileiros em Lula, o NYT lembrou que o governo do petista conseguiu reverter a curva de desmatamento. “Seu governo criou áreas de proteção maiores do que o Reino Unido todo”, enfatiza.

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