Reprodução/Instagram

Sinta Stepani, indonésia radicada no Brasil que fez a tradução da live do alpinista Agam, que relatou as dificuldades para resgatar o corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, no Monte Rinjani, organizou, após pedidos dos internautas, uma vaquinha para ajudar o guia financeiramente.

Na live, comentários como “vamos fazer uma vaquinha para ajudá-lo” e “como podemos ajudar financeiramente?” foram recorrentes.

Logo no começo, Agam resistiu a compartilhar qualquer chave ou número bancário, pois, segundo Sinta, ele dizia que faz o que faz “de coração”, sem esperar retorno, e que era “o trabalho dele”.

No entanto, com a insistência das pessoas, ele acabou cedendo, informando que aceitará os valores e que pretende dividir a quantia arrecadada com os colegas que também participaram da missão de resgate.

Agam reforçou que parte do dinheiro será destinada ao reflorestamento das áreas por onde passa na Indonésia.

“Ele agradeceu de coração todos vocês e pediu desculpas por não conseguir trazer a Juliana de volta. Disse que fez o melhor que podia. Infelizmente, os resgates no Rinjani são os mais difíceis. Ele afirmou que foi o máximo que conseguiu fazer. Ele resistiu à ajuda, mas disse que plantará árvores com o dinheiro para melhorar o oxigênio da Indonésia”, contou a tradutora.

Em sua conta no Instagram, Sinta Stepani, com o auxílio e Julia Thum, influenciadora nômade, publicou um vídeo tutorial explicando como enviar doações para Agam (veja abaixo).

De acordo com tradutora, o objetivo é garantir que o voluntário tenha apoio para “continuar seus trabalhos em resgates”. A orientação surgiu após muitos brasileiros relatarem dificuldades para fazer a transferência, já que a conta bancária de Agam é internacional e o processo pode parecer complicado.

Entenda o caso

  • Juliana Marins, de 26 anos, deslizou por uma vala enquanto fazia a trilha do vulcão Rinjani, em Lombok.
  • Ela viajou para fazer um mochilão pela Ásia e estava na trilha com outros turistas, que contrataram uma empresa de viagens da Indonésia para o passeio.
  • Após escorregar no caminho, ela só parou a uma distância de 300 metros de onde o grupo estava.
  • Informações preliminares indicavam que a brasileira teria recebido socorro; a família, porém, desmentiu esses rumores. Juliana aguardava resgate há quatro dias.
  • Por meio das redes sociais, a família da jovem confirmou que o salvamento foi interrompido nesta segunda-feira (23/6) por conta das condições climáticas na região.
  • Na terça (24/6), Juliana foi encontrada morta.

Live dos alpinistas

Agam e Tyo, alpinistas voluntários no resgate de Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, contaram, em live no Instagram, nessa quinta-feira (25/6), que as condições de trabalho na região eram extremas e que, por isso, a equipe sabia que poderia morrer em uma das tentativas de salvar ou recuperar o corpo da brasileira.

A transmissão contou com Sinta Stepani, que fala português e traduziu as mensagens da dupla.

“Ele diz que não sabe como eles conseguiram resistir e que estava muito, muito frio. Ele disse que ele e os outros sete resgatistas disseram que sabiam que, se chovesse um pouco mais, eles morreriam juntos “, disse a intérprete.

Segundo a explicação dos alpinistas, a ancoragem das cordas em que eles se prendiam se soltava do solo e eles precisavam do equipamento para descer com segurança.

A tradutora destacou que a situação do resgate era trágica e ficou na memória do Agam. “Foi muito duro. Em algum momento, várias vezes o suporte de quem estava lá no topo desabou. Isso provocou a queda de pedras e areia várias vezes. Só por misericórdia de Deus eles não morreram”, afirmou.

Com informações de Metrópoles.

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