Fazer uma refeição e logo depois sentir uma sensação de queimação no estômago é parte da rotina de muitas pessoas. O desconforto causado pela azia tem nome e se chama refluxo gastroesofágico ou DRGE, uma doença bastante comum no Brasil. Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia, 51% dos brasileiros sofrem desse problema semanalmente e cerca de 20 milhões de pessoas apresentam quadros recorrentes.   

De acordo com a Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia (SBMDN), a patologia ocorre quando o conteúdo armazenado no estômago retorna ao esôfago, causando sensações desconfortáveis e complicações para a saúde. Quando a azia é frequente, recomenda-se que a pessoa busque por ajuda profissional especializada, como o gastroenterologista. 

Os tratamentos clínicos costumam ser mais frequentes e indicados para controlar os sintomas e minimizar o risco de uma evolução do quadro. No entanto, em alguns pacientes o uso de medicações pode ser ineficaz, trazendo a necessidade de recorrer à especialidade da cirurgia geral para controlar a doença.  

O que causa e quais são os sintomas do refluxo gastroesofágico 

Os refluxos atingem pessoas de idades variadas, incluindo crianças que ainda estão com os tecidos estomacais em formação. No entanto, em casos em que o desconforto se mostra de forma recorrente, independente da faixa etária, pode-se caracterizar um quadro de DRGE.  

Os sintomas dessa doença podem ser, de acordo com a SBMDN, típicos ou atípicos. A azia é considerada um indício típico, com queimação na altura do peito que pode se prolongar para o estômago e pescoço. Além disso, também é comum o gosto amargo na boca, causado pelo retorno do líquido gástrico. Já a dor torácica não cardíaca, tosse que não para, sinais de asma e fibrose pulmonar idiopática são considerados sintomas atípicos do refluxo gastroesofágico. 

Segundo o Ministério da Saúde, as causas que levam a essa condição podem ser variadas. Entre elas estão as alterações na estrutura que separa o esôfago do estômago, hérnia de hiato fruto do deslocamento da passagem entre os dois órgãos e fragilidade das estruturas existentes na região.  

Como é o tratamento de refluxo 

Ao perceber os primeiros sintomas da doença, é recomendado que o paciente se dirija até uma clínica especializada, onde o médico provavelmente irá solicitar a realização de uma endoscopia digestiva alta e a pHmetria para obter um diagnóstico definitivo. A orientação é do Ministério da Saúde. 

O uso de medicamentos é comum para tratar os sintomas da doença. Paralelamente ao tratamento, de acordo com o Ministério da Saúde, o paciente é orientado a perder peso, rejeitar alimentos que possam agravar o quadro, não se deitar após se alimentar e alinhar hábitos alimentares saudáveis a exercícios físicos.  

Cirurgia pode ser a solução mais eficaz 

Alguns pacientes, mesmo seguindo as orientações médicas, podem não apresentar uma evolução satisfatória contra a doença, necessitando assim de intervenção cirúrgica. Conforme salienta a SBMDN, pacientes jovens, não obesos, muito sintomáticos e que apresentam os exames de diagnóstico alterados podem se candidatar para realizar a cirurgia antirrefluxo.  

Segundo o Ministério da Saúde, o procedimento é também o mais adequado em casos que a repetição dos sintomas causam esofagite grave, uma vez que a acidez do suco gástrico pode danificar as células presentes no esôfago e originar tumores malignos.  

A cirurgia mais usual para tratar o refluxo gastroesofágico é a fundoplicatura. Segundo a SBMDN, a intervenção consiste em conter a parte superior do estômago em volta do esfíncter esofágico inferior, para criar uma barreira que impede o refluxo. 

A recuperação do procedimento costuma ser rápida, sem a ocorrência de muitas dores. O paciente recebe alta um dia após a cirurgia. No entanto, para que o processo possa ser mais rápido, os médicos recomendam fazer pequenas caminhadas ao longo do dia e evitar dirigir, ter relações sexuais ou levantar pesos durante os primeiros dias.  

Prevenção do refluxo 

Para evitar a ocorrência de refluxos, o Ministério da Saúde recomenda evitar o consumo de alimentos ou bebidas alcoólicas que potencializem o retorno gástrico, não fazer grandes refeições antes de deitar e optar por roupas menos apertadas na região do abdome.  

No caso dos bebês, o órgão recomenda que os pais não ponham os pequenos na cama assim que terminarem a amamentação, deixando-os no colo até que eliminem todo o ar deglutido durante a mamada.

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