
Em uma mudança de postura inesperada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesse domingo (16/11) seu apoio à votação no Congresso que pode levar à divulgação de documentos secretos relacionados ao caso de Jeffrey Epstein. Epstein, acusado de tráfico sexual de menores, morreu por suicídio na prisão em 2019 antes de ser julgado.
A decisão de Trump vem em meio a uma situação delicada, pois antigos e-mails do magnata sugerem que o então amigo de Trump tinha conhecimento das práticas criminosas de Epstein. Uma das mensagens aponta que Trump teria passado horas na casa de Epstein com uma menor, vítima da rede de tráfico sexual. Em 2019, o próprio Epstein afirmou que Trump foi seu “amigo mais próximo por 10 anos”.
A notícia repercutiu na imprensa internacional, com o jornal francês Libération intitulando uma matéria como “O fantasma de Jeffrey Epstein assombra novamente a Casa Branca”. Em sua rede social Truth Social, Trump declarou ser favorável à votação na Câmara dos Representantes, afirmando: “Não temos nada a esconder” e pedindo para “deixar a farsa democrata para trás”, atribuindo à oposição a reativação do caso.
A Câmara dos Representantes começará a analisar nesta terça-feira (18/11) um projeto de lei que pode forçar o Departamento de Justiça a divulgar integralmente o dossiê Epstein. Antes do anúncio de Trump, a maioria dos parlamentares já se mostrava favorável à revelação dos documentos, incluindo figuras republicanas como o deputado Thomas Massie, conhecido por defender a liberdade de expressão.
Contudo, a publicação dos novos documentos ainda depende da aprovação do projeto de lei pelo Senado e da sanção do próprio Trump para entrar em vigor.
O Escândalo Epstein e as Acusações de Trump
Jeffrey Epstein, com a ajuda de sua cúmplice Ghislaine Maxwell (que cumpre pena de 20 anos), levava menores de idade a suas residências para exploração sexual.
Uma parte da população e diversas personalidades acreditam que Epstein foi assassinado para proteger outras pessoas influentes envolvidas no esquema. Trump, que nega ter conhecimento da exploração sexual de menores por Epstein, já havia prometido fazer grandes revelações sobre o caso em sua campanha, mas posteriormente tentou barrar as investigações diante das suspeitas de seu próprio envolvimento.
Para o presidente, a pressão dos democratas pela divulgação dos documentos faz parte de uma campanha política para desmoralizá-lo, comparando-a às denúncias de vínculos com a Rússia em 2016. Trump argumenta que Epstein “era democrata” e que o problema “é dos democratas, não dos republicanos”. Ele criticou ainda “alguns republicanos fracos [que] caíram nas garras [dos democratas] porque são frouxos e tolos”.
Com informações de Metrópoles










