
NOVA YORK, 22 JUL (ANSA) – A comissão que investiga o assalto de militantes de extrema direita ao Congresso dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, apontou que o então presidente Donald Trump escolheu não agir para impedir a invasão.
Em audiência na última quinta-feira (21), o comitê formado por cinco congressistas democratas e dois republicanos reconstruiu os 187 minutos da insurreição, entre o fim de um discurso no qual o magnata incitou seus apoiadores a marchar em direção ao Capitólio e a publicação de um vídeo pedindo que os invasores fossem para casa.
“Trump ficou sentado assistindo ao assalto na televisão. Ele não fez nada, escolheu não tomar nenhuma atitude”, disse o republicano Adam Kinzinger, um dos componentes da comissão. De acordo com a reconstrução, o então presidente soube do ataque ao Congresso 15 minutos depois de ter encerrado seu comício em Washington.
O objetivo da invasão era impedir a sessão que certificaria a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020, com base em acusações falsas de que o pleito havia sido fraudado. “Foi uma violação suprema de seu juramento à Constituição”, ressaltou Kinzinger, acrescentando que o comportamento de Trump é uma “mancha” na história dos EUA.
Segundo o democrata Bennie Thompson, também integrante do comitê, até dois filhos do magnata, Ivanka e Eric Trump, pressionaram o pai a agir para interromper a insurreição, mas sem sucesso. “Trump tentou destruir nossas instituições democráticas”, disse.
Em seu depoimento, a ex-vice-porta-voz da Casa Branca Sarah Matthews afirmou que o então presidente “jogou gasolina no fogo” ao publicar uma mensagem no Twitter dizendo que o vice Mike Pence “não teve coragem de fazer o que tinha de ser feito”, ou seja, impedir a certificação da vitória de Biden.
De acordo com Matthews, essa mensagem foi interpretada pelos militantes pró-Trump como uma autorização para invadir o Capitólio. A comissão fará uma pausa em agosto para avaliar novos documentos e deve retomar as audiências públicas em setembro. (ANSA).