O mandado de busca autorizou os agentes do FBI a apreenderem materiais da residência de Trump para investigar crimes relacionados à Lei de Espionagem, que proíbe a retenção não autorizada de informações de segurança nacional passíveis de prejudicar os Estados Unidos ou ajudar um adversário.
Como se previa, a operação na residência de Trump provocou fúria e protestos públicos de seus seguidores fiéis, evocando uma “perseguição política”. Classificando as buscas residenciais como “antiamericanas, injustificadas e desnecessárias”, Trump já havia exigido na sexta-feira a divulgação “imediata” desse mandado federal utilizado pelo FBI.
Horas antes, porém, o Departamento de Justiça pedira o mesmo a um tribunal, em nome de “substancial interesse público no assunto”, nas palavras do procurador-geral Merrick Garland. O requerimento do órgão judiciário é inusitado, já que tradicionalmente tais documentos permanecem lacrados durante uma investigação em curso.
Dados sobre armamento nuclear
Aparentemente o Departamento de Justiça reconheceu que seu silêncio desde as buscas abria espaço para ataques verbais por parte de Trump e seus aliados, e que o público tem direito a conhecer o lado do FBI sobre o que motivou a ação na casa do ex-chefe de Estado.
Para obter um mandado de busca, as autoridades federais devem provar a um juiz que existe causa provável para acreditar que um crime foi cometido. Garland disse ter aprovado pessoalmente o mandado, o que não foi uma decisão fácil, explicou, pois a prática padrão, sempre que possível, é adotar táticas menos intrusivas do que uma busca domiciliar.
Além do mandado que autorizou a busca, foi também divulgado um longo inventário de documentos apreendidos pelos agentes do FBI. O periódico The Wall Street Journal, que teve acesso aa essa lista, informou que o FBI levou um total de 20 caixas da mansão de Trump em Mar-a-Lago.
Entre os materiais recuperados pelo FBI no inventário, destacam-se documentos ligados a armamento nuclear, informações sobre o presidente francês, Emmanuel Macron, e arquivos relacionados ao perdão presidencial para o ex-colaborador de Trump Roger Stone. (Istoé)