Hugo Barreto/Metrópoles

Diante do receio de aumento da violência política no dia da eleição, no próximo domingo (2/10), representantes das centrais sindicais CTB, CUT, Força, UGT, CTB e NCST se reúnem nesta terça-feira (27/9) com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ministro Alexandre de Moraes para discutir a segurança de quem vai trabalhar nos locais de votação.

Na reunião, os representantes irão solicitar medidas que resguardem a integridade física de mesários e de todos que estarão presentes nas zonas eleitorais.

Os presidentes das centrais sindicais discutirão a proposta com Moraes em reunião marcada para o final desta tarde no TSE. Entre as reinvindicações das entidades, está o pedido do fechamento dos clubes de tiro, com a mesma justificativa que levou o Tribunal a proibir o porte de armas por cidadãos no primeiro turno.

“A tensão sobre o processo eleitoral está expressa na violência perpetrada contra eleitores, algumas vezes ocorrendo assassinatos, agressão a jornalistas, aos trabalhadores dos institutos de pesquisa, aos militantes e ativistas dos candidatos da oposição. É dramático termos que enfrentar esse tipo de regressão no padrão das relações políticas, quando concebemos que o respeito e a tolerância são bases para o exercício livre do direito de opinião e de escolha pelo voto”, destacaram as entidades em nota.

Violência política

A violência política é um tema que está gerando preocupação nas eleições deste ano, em razão da forte polarização da disputa presidencial. Representantes da sociedade civil, juristas, delegados e sindicalistas também pressionam o TSE a determinar o fechamento de clubes de tiro durante o primeiro turno das eleições, marcado para o próximo domingo.

O movimento Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, que reúne 200 entidades da sociedade civil, por exemplo, se manifestou a favor do fechamento dos clubes de tiro de todo o país. No dia 31 de agosto, foi realizada uma audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara sobre o assunto entre representantes dessas entidades e o TSE.

As sugestões têm sido levadas diretamente ao ministro Alexandre de Moraes, presidente da Corte, que sinalizou a intenção de discutir a proposta no tribunal.

Nessa segunda-feira (26/9), o ministro Alexandre de Moraes e a comissão de transparência eleitoral reuniram-se para debater temas relacionados às eleições. Estiveram em pauta assuntos como o fechamento de clubes de tiro durante o pleito e a proibição do uso da camisa da Seleção Brasileira de futebol por mesários.

Confira as reinvindicações dos sindicatos:

  • Reforço especial no sistema de segurança para todos os que trabalham nas regiões/zonas de votação (servidores e mesários) e aos próprios eleitores;
  • Mobilização de todo o aparato de segurança (nacional, estadual e municipal) em torno de um plano de proteção e segurança;
  • Manutenção de plantão dos órgãos que podem dar suporte ao combate à violência, o monitoramento da situação e dos casos de violência, e que sejam céleres em adotar medidas para punir os casos ocorridos;
  • Suspensão do porte de trânsito de armas para todos os civis que não participem o sistema de segurança das eleições, bem como, suspender as atividades dos clubes de tiro, de reuniões, treinamento e competição de tiro no mínimo 3 dias antes e depois do 1o e 2o turnos das eleições; e
  • Criação de um canal ao qual a população possa recorrer para denúncia de casos de violência.

As centrais sindicais ainda destacaram a importância de se pensar em estratégias para garantir a segurança dos brasileiros após o primeiro turno e nos meses de novembro e dezembro, que podem vir acompanhados de aumento de agressões e violências, a depender dos resultados das urnas.

(Metrópoles)

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