Os presidentes do Progressistas, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antonio Rueda, durante anúncio da nova federação União Progressista

O União Brasil e o Progressistas (PP) decidiram estabelecer um prazo de 30 dias para que seus ministros deixem o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio foi feito nesta terça-feira (2), durante reunião da cúpula nacional das duas legendas, em Brasília, e marca um movimento de afastamento político do Palácio do Planalto.

A medida atinge diretamente André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), que pretendiam permanecer no Executivo até abril, mas foram convencidos pelas lideranças partidárias a antecipar a saída.

Apesar do desembarque, o acordo prevê a permanência de Fred Siqueira (Comunicações) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), ambos aliados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), considerados peças-chave para manter influência dentro da Esplanada dos Ministérios.

As siglas também sinalizaram que não abrirão mão de cargos de direção na Caixa Econômica Federal, reforçando a estratégia de preservar espaços estratégicos no segundo escalão do governo.

Em pronunciamento, o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, afirmou que todos os integrantes do partido que ocupam funções no governo federal devem renunciar.

“Em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes desta federação em seus estados, haverá um afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no estatuto”, declarou.

A decisão ocorre em um momento de reconfiguração das forças políticas no Congresso e pode alterar a correlação de apoios da base do governo Lula em votações estratégicas.

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