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A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, declarou nesta segunda-feira (23/6) que qualquer tentativa do Irã de fechar o Estreito de Ormuz representaria uma escalada perigosa na tensão geopolítica e energética global. O alerta foi feito em meio a crescentes preocupações internacionais sobre o impacto da crise entre Irã, Israel e Estados Unidos.

“As preocupações com retaliações e com a escalada desta guerra são enormes, especialmente com o fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã. Isso seria extremamente perigoso e não seria bom para ninguém”, afirmou Kallas, antes de uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da UE.

Irã ameaça bloquear o Estreito

O Parlamento iraniano aprovou no domingo (22/6) uma proposta que autoriza o bloqueio do Estreito de Ormuz, em retaliação ao bombardeio de três instalações nucleares iranianas pelos Estados Unidos, ocorrido no sábado (21/6). A medida ainda precisa ser ratificada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor.

O estreito, localizado entre Omã e o Irã, é uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo. Cerca de 20% do consumo global de líquidos de petróleo passa por ali diariamente — cerca de 20 milhões de barris por dia, segundo dados da Administração de Informação de Energia dos EUA.

O fechamento do estreito, mesmo que parcial, causaria impactos imediatos nos mercados internacionais de energia, podendo desencadear alta nos preços do petróleo, além de interromper cadeias de fornecimento globais.

Apelo internacional e preocupação com escalada militar

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pediu que a China exerça influência diplomática sobre o Irã para impedir o bloqueio da rota marítima.

“Peço ao governo chinês que converse com eles sobre este assunto, já que dependem em grande medida do Estreito de Ormuz para seu fornecimento de petróleo”, declarou Rubio em entrevista à Fox News.

A escalada do conflito se intensificou desde o ataque israelense de 13 de junho ao centro do programa nuclear iraniano, seguido por retaliações do Irã e, posteriormente, pelo bombardeio norte-americano de instalações nucleares no país do Oriente Médio.

Entre os alvos atingidos pelos EUA no sábado (21/6) estão as unidades de Fordow, Natanz e Esfahan — centros críticos para o programa nuclear iraniano. A instalação de Fordow, construída no interior de uma montanha, tem capacidade para operar cerca de 3 mil centrífugas destinadas ao enriquecimento de urânio, de acordo com estimativas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A situação preocupa lideranças políticas e instituições internacionais, que veem o risco de um conflito regional se transformar em uma guerra de grandes proporções, com implicações econômicas e humanitárias globais.

Com informações de Metrópoles

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