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Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 e incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) no final do mesmo ano, a vacina Qdenga representa uma ferramenta importante na redução da incidência de casos graves e hospitalizações pela dengue. Ela é a primeira fórmula que pode ser aplicada em indivíduos nunca infectados pelo vírus.
A previsão é que o imunizante esteja disponível na rede pública a partir de fevereiro, mas algumas doses já estão sendo aplicadas no Mato Grosso do Sul. O Ministério da Saúde ainda está definindo as estratégias para a vacinação nas demais regiões do Brasil. Até o momento, a única decisão é que o imunizante será aplicado inicialmente em crianças e adolescentes com idades entre 6 e 16 anos, de acordo com orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), não há vacina suficiente para todos do grupo prioritário, uma vez que o governo adquiriu e ganhou cerca de cinco milhões de doses. A quantidade permite imunizar 2,5 milhões de pessoas, mas o grupo prioritário representa 30,5 milhões de indivíduos no Brasil.
Vacina da dengue no particular
Na rede privada, porém, segundo a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), a vacina da dengue já está sendo aplicada desde junho de 2023. O imunizante custa cerca de R$ 450 a dose.
Indivíduos de 4 a 60 anos de idade podem tomar a vacina, e são necessárias duas doses com intervalo de 3 meses. Após a vacinação, podem ocorrer reações leves, como dor de cabeça e no local da aplicação.
“Ainda não sabemos quanto tempo a proteção dura. Por enquanto, os estudos estão acompanhando os pacientes há 4,5 anos e ainda não há necessidade de reforço. Sabemos que a vacina atinge a eficácia de 81% após 30 dias da primeira dose”, destaca a infectologista Ana Rosa dos Santos, consultora do serviço de vacinas do Sabin Diagnóstico e Saúde.
A eficácia da Qdenga pode chegar a 90% após as duas doses. Seu efeito é maior ainda entre pessoas previamente infectadas pela dengue. Porém, nem toda a população pode receber a injeção. Entre as contraindicações estão gestação, amamentação, doença febril, uso prolongado de corticoides, imunossupressão e histórico de reações alérgicas graves.
A vacina Qdenga
Desenvolvida à base de anticorpos, a vacina estimula as defesas naturais do corpo humano, prevenindo cerca de oito em cada 10 casos de dengue grave e com risco de hospitalização. Cada sorotipo do vírus foi obtido separadamente por meio de tecnologia de DNA recombinante, garantindo uma abordagem eficaz e segura.
“A vacina é indicada para a prevenção da dengue causada por todos os sorotipos (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4), tanto para os que já tiveram a doença quanto para as pessoas que nunca foram contaminadas”, aponta Ana.
Com informações de Metrópoles