O estudo, parte do Programa de Pós-Graduação em Segurança Pública, Cidadania e Direitos Humanos da UEA, aborda um problema complexo com uma perspectiva histórico-cultural, aliando antropologia, psicologia e serviço social.
Contexto e objetivos
O trabalho investigou os aspectos psicossociais e culturais relacionados ao uso prejudicial de álcool na Aldeia Lago Grande, na Terra Indígena Vale do Javari, em Atalaia do Norte. A pesquisa buscou compreender as significações atribuídas ao fenômeno por indígenas e profissionais de saúde, com vistas à elaboração de ações intersetoriais que promovam saúde e segurança pública na região.
Metodologia e participantes
– 10 indígenas Mayuruna/Matsés (4 mulheres e 6 homens), entre agricultores, estudantes e lideranças, com idades de 22 a 52 anos.
– 11 profissionais de saúde (cirurgião-dentista, psicólogo, nutricionista, entre outros), com idades de 25 a 47 anos.
O método dedutivo permitiu um aprofundamento nas práticas culturais e nos impactos sociais do consumo de álcool.
Principais resultados
A compreensão das dinâmicas culturais e das significações atribuídas ao álcool é essencial para a criação de estratégias de intervenção efetivas. A pesquisa destaca a importância de:
– Fortalecer ações interdisciplinares.
– Promover a inclusão ativa dos indígenas como agentes no processo de transformação social e de saúde.
– Ampliar estudos na área de serviço social, voltados à realidade indígena.
Impacto e relevância
Este trabalho evidencia a urgência de abordar o uso prejudicial do álcool como um fenômeno cultural e social, além de um problema de saúde pública. Ele reforça a necessidade de ações colaborativas entre profissionais de diferentes áreas e as comunidades indígenas.