Empresas do setor financeiro lideram entre as que mais pagaram dividendos em 2024, mostra levantamento feito consultoria Elos Ayta. São oito companhias na lista como Bradesco (BBDC3 e BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4). Já o setor elétrico se destacaram pela estabilidade, com ativos como Eletrobras (ELET6) e Engie Brasil (EGIE3), conforme o levantamento.
Já para 2025, oito ações projetam dividendos superior a 10%. A liderança pertence à Log Commercial Properties (LOGG3), com 13,41%, seguida por Copasa (CSMG3) e Odontoprev (ODPV3), ambas acima de 13% (ver rankings abaixo).
“O destaque da LOGG3 reflete sua robustez operacional: a empresa, focada em propriedades logísticas e comerciais, apresentou crescimento de 26,97% no lucro nos primeiros nove meses de 2024, apesar da queda de 11,38% no preço de suas ações no ano. Essa desvalorização elevou o potencial do DY [dividend yeld] projetado, um reflexo direto do cálculo que usa o preço do papel no último pregão de 2024 como denominador”, diz Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta.
Além disso, empresas como Cemig (CMIG4), com DY projetado de 11,96%, e Taesa (TAEE11), com 10,75%, reforçam a força do setor elétrico, tradicionalmente um porto seguro para investidores focados em dividendos.
Para o levantamento, foram consideradas apenas empresas que registraram lucro em 2023 e nos primeiros nove meses de 2024, com resultados acumulados até o 3º trimestre equivalentes a pelo menos 75% do lucro total de 2023.
Por isso, gigantes como Petrobras ficaram de fora, devido ao desempenho abaixo do esperado nos lucros de 2024, com apenas 56,9% do lucro de 2023 alcançado nos primeiros nove meses do ano. “Caso contrário, suas ações PETR3 e PETR4 poderiam liderar o ranking, com DYs projetados acima de 20%”, explica Rivero.
Foram excluídas as empresas de baixa liquidez, consideradas apenas ações com volume financeiro médio diário
superior a R$ 5 milhões em 2024. O levantamento também excluiu empresas que não apresentaram projeções de lucro para 2024 iguais ou superiores às de 2023.
Um ponto importante do levantamento é o impacto das quedas expressivas nas ações em 2024 sobre o DY projetado, destaca Rivero. Com 19 das 28 ações analisadas apresentando desvalorização no ano, o efeito de base mais baixa eleva o retorno potencial, desde que o nível de distribuição de proventos seja mantido.
“Essa relação evidencia como o DY pode ser um indicador atraente, mas nem sempre reflete a saúde financeira de uma empresa. Investidores devem estar atentos para distinguir oportunidades genuínas de ‘armadilhas de dividendos’, onde a alta do indicador é causada mais pela desvalorização do papel do que pela lucratividade”, diz Rivero.
Veja as ações com potencial de distribuição de dividendos em 2025:
Vale destacar que o levantamento não deve ser interpretado como indicação ou recomendação de investimentos. “Apesar da metodologia rigorosa, ele não substitui análises detalhadas das empresas. Para que o DY projetado se
confirme, todas as condições mencionadas precisam ser atendidas, e fatores externos como mudanças na economia ou na política de distribuição podem alterar significativamente os resultados”, aponta Rivero.
Veja os maiores dividendos em 2024 das ações do Ibovespa:
Com informações de IstoÉ