No dia em que Nicolás Maduro tomou posse para seu terceiro mandato como presidente da Venezuela, o governo venezuelano decidiu fechar a fronteira com o Brasil, localizada em Pacaraima, Roraima. A medida, que começou nesta sexta-feira (10), deve permanecer em vigor até a próxima segunda-feira, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty).
Militares da guarda venezuelana posicionaram-se na fronteira e instalaram cones para bloquear o tráfego de veículos entre os dois países. Em nota, o Ministério da Justiça brasileiro esclareceu que a decisão foi unilateral e tomada exclusivamente pelo governo venezuelano.
Apesar da medida, a Polícia Militar de Roraima informou que a situação em Pacaraima segue tranquila. “Há registro de leve redução no fluxo migratório de entrada no Brasil, mas sem alterações significativas”, destacou a PM. A corporação ainda lembrou que, em situações anteriores, a Venezuela já adotou restrições semelhantes no trânsito pela fronteira em períodos de grande movimentação política.
Contexto da posse de Maduro
Nicolás Maduro foi empossado para mais um mandato presidencial em meio a um ambiente de contestação internacional. Embora o Conselho Nacional Eleitoral e a Suprema Corte venezuelana tenham confirmado sua vitória nas eleições de 2024, a oposição, organismos internacionais e vários países questionam a legitimidade do pleito e reconhecem Edmundo González como o vencedor legítimo.
A oposição afirma que as atas eleitorais comprovam a vitória de González, mas a Suprema Corte da Venezuela, alinhada ao governo Maduro, proibiu a divulgação desses documentos, o que intensificou as acusações de fraude.
O Brasil, representado pela embaixadora Glivânia Maria de Oliveira na cerimônia de posse, manteve uma postura neutra, sem reconhecer oficialmente os resultados das eleições. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem adotado uma postura cautelosa, cobrando publicamente maior transparência, incluindo a divulgação das atas eleitorais.
Notas oficiais
O Ministério da Justiça e a Polícia Militar de Roraima emitiram comunicados sobre o fechamento da fronteira e o impacto na região. Ambas as notas reforçam que o fluxo migratório foi levemente afetado, mas sem maiores incidentes. Historicamente, decisões como essa fazem parte da política fronteiriça da Venezuela em momentos de instabilidade política interna.
Fonte: G1