
Depois de emocionar o público com uma estreia de casa cheia em Manaus, o documentário “BR-319: Vidas na Lama” ganha um novo capítulo em sua trajetória. A produção será transmitida em TV aberta, pela Band Amazonas, nesta sexta-feira (31), às 11h, ampliando o alcance da obra que retrata, com profundidade e sensibilidade, o cotidiano das comunidades que vivem às margens da rodovia mais simbólica e controversa do país.
Gravado durante o rigoroso inverno amazônico, o filme nasceu de uma expedição autossustentada do deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) e do ativista ambiental Matheus Garcia, que percorreram mais de 4 mil quilômetros entre Brasília e Manaus. Em meio a atoleiros, buracos e chuvas intensas, a dupla registrou não apenas os desafios da BR-319, mas o abandono histórico das populações que dependem dela para sobreviver.
“A BR-319 é o retrato de um Brasil esquecido. O que mostramos nesse documentário é o que o poder público insiste em não enxergar: pessoas que resistem, trabalham e sonham mesmo diante do abandono. Não se trata de ser contra ou a favor da estrada, e sim de ser a favor de quem vive nela”, afirmou Amom Mandel.
Retrato humano e denúncia social
Com imagens impactantes e depoimentos sinceros, “Vidas na Lama” expõe o contraste entre o discurso político e a dura realidade enfrentada por ribeirinhos, caminhoneiros e famílias isoladas. A ausência de políticas públicas e de infraestrutura transforma o que deveria ser um caminho de integração em um símbolo de exclusão.
“A estrada já existe. O debate agora é sobre reconstruí-la com responsabilidade. Uma BR-319 moderna e fiscalizada pode ser uma aliada da floresta, porque onde o Estado chega, chega também a fiscalização, o combate ao desmatamento e a resposta rápida a incêndios. Mas o mais importante é a dignidade das pessoas”, destacou Matheus Garcia.
Gravado em condições extremas, o documentário também revela momentos de tensão vividos pelos realizadores, que enfrentaram atoleiros, derrapagens e acidentes, transformando a jornada em um alerta sobre a desigualdade na Amazônia e a urgência de políticas sustentáveis que conciliem desenvolvimento e preservação ambiental.










