
Imagens divulgadas na última sexta-feira (26) revelam uma cena já conhecida e cada vez mais preocupante no sul do Amazonas: enormes colunas de fumaça subindo da floresta em Apuí e municípios vizinhos. Os vídeos confirmam o início de mais uma temporada de queimadas ilegais, alimentadas por grilagem de terras e desmatamento criminoso, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Apesar das ações intensivas já realizadas na região, incluindo multas, autuações e embargos de áreas ilegais, os responsáveis pelas infrações seguem desafiando o Estado e repetindo crimes ambientais que impactam diretamente o meio ambiente e a saúde da população.
De acordo com o Ibama, a fumaça gerada pelas queimadas pode se espalhar rapidamente e atingir grandes cidades do estado, como Manaus, expondo mais de 2 milhões de pessoas a um ar poluído e altamente tóxico. Grupos vulneráveis — como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias — são os mais afetados, e a expectativa é de crescimento nas internações e mortes evitáveis, como ocorreu em anos anteriores.
Em nota, o Ibama reafirmou seu compromisso com o combate ao desmatamento ilegal e à preservação da floresta, mas ressaltou que não pode agir sozinho. A autarquia cobrou a atuação conjunta de Ministério Público, Judiciário, governos estadual e federal, e do Congresso Nacional para frear a destruição do bioma amazônico.
“Aquilo que está em curso não é apenas um crime contra a natureza. É um ataque à vida”, destaca a nota do órgão ambiental.
O alerta do Ibama também ocorre em meio à recente aprovação do Projeto de Lei 2.159/2021, apelidado por ambientalistas de “PL da Devastação”, que flexibiliza regras do licenciamento ambiental. Para o Instituto, é necessário reacender a luta pela preservação da Amazônia e de outros biomas como condição essencial para a sobrevivência da humanidade.










