Hoje encerramos a edição de 2025 do projeto Vozes da Educação de Manaus (VEM), apresentando a trajetória de vida da professora Sângela Maria Santana e Silva, cuja caminhada profissional é marcada pela dedicação, pelo cuidado humano e pela crença na educação como caminho de emancipação. Entre lembranças, desafios e conquistas, sua voz se une à de tantos outros educadores, reafirmando que cada estudante pode superar limites e se tornar protagonista da própria história.
1. Quem é você? Conte-nos um pouco da sua trajetória de vida.
Sou Sângela Maria Santana e Silva, graduada em Letras, Pedagogia e pós-graduada em Gestão Escolar. Minha trajetória profissional começou como monitora de atividades no Instituto Estadual de Proteção à Criança e ao Adolescente do Amazonas, onde trabalhei de 1985 a 1993. Em seguida, fui aprovada no concurso da Seduc, em 1993, e mais tarde, no concurso da Semed, em 2005, atuando como assessora pedagógica na Divisão Distrital Zona Leste 2. Cada etapa dessa caminhada foi marcada por desafios, mas também por muitas conquistas e aprendizados.
2. Quando a sala de aula passou a fazer parte da sua vida? Quais lembranças mais vivas desse começo ainda acompanham você?
Desde o início da minha prática docente, percebi que os alunos precisavam muito além do conteúdo: eles careciam de carinho, atenção e apoio, sobretudo diante da ausência de suporte familiar. Uma lembrança marcante que carrego comigo é o olhar de esperança de cada estudante, sempre à espera não só de conhecimento, mas também de alguém que acreditasse neles.
3. Olhando para trás, qual é a mudança mais profunda que percebeu na educação ao longo da sua trajetória até hoje?
Vejo que, com o tempo, conseguimos muitos avanços na valorização do professor e nas condições de trabalho. No entanto, ainda temos um longo caminho pela frente para que nossa classe seja melhor assistida em todos os sentidos, garantindo de fato uma educação de qualidade para todos.
4. Quais autores, mestres ou experiências foram centelhas que iluminaram o seu caminho como professor?
Sou profundamente inspirada por Paulo Freire. Seus ensinamentos me motivam a buscar uma prática pedagógica que transforme os alunos em protagonistas de suas próprias histórias e agentes de transformação social.
5. Que horizontes ainda deseja alcançar na educação? Há um sonho ou projeto que guarda consigo e gostaria de realizar?
Meu desejo é continuar contribuindo para que a educação seja, cada vez mais, um espaço de emancipação e transformação. Almejo uma escola em que os estudantes possam superar seus limites, desenvolver-se plenamente e acreditar em seu potencial de mudar o mundo.
6. Durante sua caminhada como professora aconteceu alguma história curiosa, engraçada ou diferente que você gostaria de compartilhar?
Uma das maiores alegrias que vivi foi receber homenagens de ex-alunos que, inspirados pela caminhada escolar, também escolheram se tornar professores. É emocionante perceber que a semente plantada em sala de aula floresceu na vida deles, multiplicando o alcance da educação.
7. Se pudesse deixar uma palavra de inspiração aos colegas professores e àqueles que leem sua história, qual seria?
Acredito que a educação é a ferramenta mais poderosa para transformar a sociedade. Aos colegas professores, deixo a mensagem de que, mesmo em meio às dificuldades, nunca percamos a esperança nem a fé naquilo que fazemos. O impacto da nossa missão vai muito além do que imaginamos: formamos cidadãos críticos e conscientes, capazes de transformar o mundo.
Com a história da professora Sângela, concluímos a edição de 2025 do projeto VEM. Ao longo desse mês, conhecemos narrativas que revelaram a dedicação, a criatividade e a resistência de educadores que transformam vidas por meio do ensino. Cada voz registrada aqui reafirma a importância do(a) professor(a) como agente de mudança social e como guardião da esperança em um futuro melhor.
Por fim, e sem perder a relevância, agradecemos a todos que acompanharam esta trajetória e deixamos um convite especial para você: em 2026, novas vozes integrarão essa rede de memórias e inspirações, fortalecendo ainda mais a identidade da educação manauara por meio do projeto Vozes da Educação de Manaus (VEM).
Luís Lemos é professor, filósofo, escritor, autor, entre outras obras de, “O primeiro olhar” (2011), “O homem religioso” (2016), “Jesus e Ajuricaba na terra das amazonas” (2019), “Filhos da quarentena” (2021), “Amores que transformam” (2024) e “Noite Santa Contos natalinos de amor e esperança” (2025).
Instagram: @luislemosescrito








