
Em um momento em que o Amazonas volta ao centro do debate climático mundial, o governador Wilson Lima anunciou, nesta sexta-feira (10/10), a realização de concursos públicos para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). A decisão faz parte da estratégia do governo para reforçar a estrutura de fiscalização e gestão ambiental, às vésperas da COP30, que será realizada em Belém.
Serão ofertadas 299 vagas — 159 para a Sema e 140 para o Ipaam — com editais previstos até o final do ano. Os próprios órgãos ficarão responsáveis pela elaboração do projeto básico, definição da banca organizadora e cronograma das etapas seletivas.
“O Amazonas tem mostrado que é possível conciliar desenvolvimento e preservação. Esses concursos são um passo essencial para fortalecer nossa capacidade técnica e ampliar as ações de proteção ambiental”, afirmou o governador Wilson Lima durante o evento que apresentou o balanço das ações ambientais do Estado.
Avanço histórico na estrutura ambiental
A medida simboliza um marco inédito: a Sema terá seu primeiro concurso público desde a criação, enquanto o Ipaam voltará a contratar servidores efetivos após 18 anos. O reforço técnico é visto como essencial para a execução de políticas públicas voltadas ao controle do desmatamento, à gestão de unidades de conservação e à implementação de programas sustentáveis.
O secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, destacou que a contratação de novos servidores permitirá dar continuidade a um trabalho mais técnico e de longo prazo.
“Esse concurso representa uma virada de página na gestão ambiental do Amazonas. Precisamos de gente preparada para lidar com desafios complexos, que vão desde o licenciamento até o monitoramento do território”, declarou Taveira.
Rumo ao desmatamento zero
De acordo com o governo estadual, o Amazonas mantém 97% de sua cobertura florestal original preservada. Somente nos últimos anos, o Estado destinou R$ 1 bilhão em investimentos para o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis, como castanha, pesca, óleos vegetais e turismo de base comunitária, além de implementar concessões florestais transparentes e de incentivar a repartição de benefícios com comunidades locais.
Essas iniciativas fazem parte do Plano Amazonas 2030, que estabelece como meta alcançar desmatamento líquido zero até o fim da década, conciliando preservação ambiental e geração de renda.
Ipaam reforça fiscalização
O diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, afirmou que o reforço no quadro técnico do instituto é crucial para manter a qualidade do licenciamento e da fiscalização ambiental no Estado.
“Depois de quase duas décadas, voltamos a contratar servidores de forma efetiva. Isso fortalece nossa capacidade de resposta e garante mais eficiência na análise de processos, no controle e no monitoramento ambiental”, afirmou Picanço.







