O governador do Amazonas, Wilson Lima, irá enviar, via Secretaria de Saúde (Susam), à Câmara dos Deputados, um documento com as necessidades mais urgentes do Estado, que são Recursos Humanos para chegar a 100 leitos de UTI no Hospital Delphina Aziz, 31 leitos de UTI no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e a aquisição, por meio do Ministério da Saúde, de mais 500 respiradores.
 
O envio do documento ficou decidido ao final da reunião realizada, nesta quinta-feira (23/04), entre o governador Wilson Lima, a secretária de Estado de Saúde, Simone Papaiz, e os deputados federais para tratar da situação do Amazonas em meio à pandemia do coronavírus.
Na ocasião, Wilson Lima apresentou aos parlamentares todas as ações que estão sendo adotadas pelo Governo do Amazonas para o enfrentamento da pandemia no Estado, como a abertura do Hospital de Combate à Covid-19, que hoje já atende 43 pacientes, e a convocação de bombeiros da área da saúde para atuar na unidade, entre outras medidas urgentes.
Além do governador e da secretária de Saúde, participaram da reunião os oito deputados da bancada do Amazonas na Câmara, além de 14 deputados federais; o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, e o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi; além de representantes de entidades de médicos e enfermeiros do Amazonas.
Wilson Lima pontuou sobre a necessidade do Estado do Amazonas receber ajuda do Governo Federal. “O que tem acontecido em Manaus e o que está por vir nos próximos dias nos acende um sinal de alerta muito forte. E aí está a necessidade de termos ajuda federal, da iniciativa privada e todo tipo de apoio que for possível. Estamos aqui trabalhando no nosso limite”.
O governador também explicou aos deputados que o Estado vive, além da pandemia de coronavírus, casos de H1N1, situação comum nesta época do ano, em que acontece o inverno amazônico, com chuvas intensas, e que causa um aumento no número de pessoas que procuram as unidades de saúde.
Isolamento social – Wilson Lima também falou sobre a dificuldade que as autoridades locais têm encontrado na adesão, por parte da população, do isolamento social, medida considerada fundamental pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) para diminuir o número de infectados e mortes.
“Temos tido pontos de aglomeração na capital, problemas de superlotação nas agências bancárias. Estamos trabalhando com a polícia, fizemos algumas operações para orientar as pessoas e conscientizá-las da importância de estar em casa. Não temos outro caminho para quebrar essa transmissão do vírus”.
Interior – Com 602 casos em 33 municípios do interior, número que representa 20,8% dos casos do Estado, o governador Wilson Lima também falou da sua preocupação com as cidades além de Manaus. Ele apresentou o planejamento de ações que vêm sendo executadas para essas localidades, com o envio de equipamentos, insumos e medicamentos.  
O governador explicou que o apoio federal pode evitar que mais casos aconteçam fora de Manaus. “Em relação ao pico da pandemia, ainda temos uma vantagem em relação ao interior de aproximadamente 10, 15 dias, caso a doença estoure no interior. O Governo Federal liberou cerca de R$ 40 milhões para os municípios, mas ainda é pouco”, destacou.
Números de leitos – Ao ser questionada, a secretária Simone Papaiz apresentou aos deputados os números de leitos que o Estado dispõe voltados apenas para o tratamento de pacientes confirmados ou suspeitos de Covid-19. São 668 leitos, sendo 222 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (que está com 96% de ocupação) e 446 leitos clínicos (com 85% de ocupação).
A secretária voltou a reforçar sobre a necessidade do Estado conseguir adquirir equipamentos e Recursos Humanos para, assim, aumentar o número de leitos nos dois hospitais de referências, Delphina Aziz e Hospital de Combate ao Covid-19, desafogando as unidades de urgência e emergência. “A compra dos respiradores é o nosso maior desafio. Nós só vamos conseguir chegar a um número total de leitos, à medida que nós conseguirmos fazer a aquisição desses equipamentos”.
Prioridades – Segundo a secretária, a projeção estabelecida pela Susam é da necessidade de compra de 500 a 800 respiradores, com base nos números de habitantes do Estado e a porcentagem prevista pelas autoridades sanitárias de pessoas que vão contrair a doença.
A secretária também falou mais uma vez sobre a necessidade da obtenção de médicos intensivistas para que as UTIs possam ser abertas nas unidades de referência e sobre o pedido feito ao Ministério da Saúde para a abertura de um hospital de campanha com 400 leitos.

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