
Durante o lançamento da 8ª Conferência da Articulação Unidade na Luta: A conjuntura e os desafios impostos ao PT, o ex-ministro da Casa Civil, Zé Dirceu, afirmou que o partido comete um erro ao criticar a participação de evangélicos na política. Segundo ele, durante a ditadura militar, igrejas foram espaços de refúgio e organização para militantes de esquerda.
“Era nas igrejas que nós montávamos comitês de greve para arrecadar alimentos”, disse Dirceu. Ele ressaltou que o PT teve suas origens nas comunidades e pastorais religiosas, lembrando a história de envolvimento da Igreja na luta social.
No entanto, o ex-ministro ponderou que os projetos políticos do PT e de setores religiosos são opostos, destacando que “por causa do conservadorismo, do liberalismo econômico e muitas vezes do autoritarismo diante de facções evangélicas, não é pela questão da religião” que o partido enfrenta resistência entre fiéis.
Dirceu lembrou ainda que a igreja católica foi “a principal força do golpe militar de 1964”.
“Agora, quando criticamos evangélicos de fazer política, nós estamos errados. As igrejas, os pastores e os evangélicos. Nós nascemos nas igrejas, nas comunidades, nas pastorais”, concluiu o ex-ministro.