“Andei muito triste”, resume Zeca Pagodinho, 61, sobre o período de isolamento social por causa da pandemia do coronavírus. Sem poder conviver com os amigos, o sambista não teve ânimo para compor nos últimos meses, mas prevê dias melhores e diz estar melhorando.
O cantor e compositor pensa em criar músicas sobre as vacinas contra o vírus e anuncia, em tom de brincadeira: vai tomar todas as imunizações possíveis. Uma vacina em cada braço e uma em cada nádega, disse, em entrevista ao Fantástico no domingo (6).
“E me aguarde. Onde me chamar, eu vou”, avisou, referindo-se ao pós-quarentena. Ele comemora neste final de 2020 os 25 anos do álbum “Samba pras Moças”, considerado um divisor de águas em sua trajetória artística de 35 anos e histórico também na linha do tempo do samba.
Lançado em 1995 e definido como uma “pérola” da discografia de Zeca, o álbum foi relançado em novembro nas plataformas digitais pela Universal Music, com nova mixagem. Também como parte das comemorações, foi lançado o lyric vídeo de “Vou botar teu nome na macumba”, primeira parceria de Zeca e Dudu Nobre e uma das faixas do álbum.
O músico passa a quarentena com a mulher, Mônica da Silva, em Xerém, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, depois de “não aguentar mais” ficar em seu apartamento na Barra da Tijuca. Não acessa as redes sociais e sequer tem whatsapp para troca de mensagens.
Substituiu o confinamento após três meses em um prédio pelo vasto quintal e o contato com os animais –especialmente cavalos e cães que, segundo ele, perturbam desde a hora que ele acorda, até quando vai dormir.
Quando a pandemia cancelou shows em todo país, ele estava na estrada com a turnê “Mais Feliz”, mesmo nome do álbum com 11 músicas inéditas e algumas regravações lançado em setembro de 2019.
Precisou interromper os shows, mas fez lives em homenagem ao Dia das Mães e ao Dia dos Pais e agora, aos poucos, retoma a agenda suspensa pela pandemia. (Folha de S.Paulo)