Deputados do Psol enviaram à prefeita do município italiano de Anguillara Veneta, Alessandra Buoso, uma carta de protesto contra a concessão de cidadania honorária para o presidente Jair Bolsonaro.   

Na mensagem, os parlamentares dizem que se unem “às manifestações de repúdio de religiosos, sindicalistas e outras faixas da população do Vêneto” contra a homenagem ao mandatário brasileiro.   

“Como cidadãos brasileiros, nos sentimos profundamente indignados por aquilo que consideramos um tributo inapropriado e inoportuno. Não se pode negar que os efeitos do governo Bolsonaro sejam devastadores para o Brasil, com uma progressiva deterioração em todos os aspectos, sobretudo no âmbito educacional, sanitário, econômico, social e ambiental”, afirma a carta.   

Segundo os deputados do Psol, Bolsonaro “ataca frequentemente a democracia brasileira e encoraja preconceitos e ódio, gerando grande angústia na população”.   

“Acreditamos que a concessão da cidadania de qualquer município seja uma honraria prestigiosa que deve ser conferida por méritos reconhecidos, o que não é o caso de Bolsonaro. Por esses e outros motivos, pedimos à prefeita de Anguillara Veneta que não proceda com a atribuição da honraria, que não dará dignidade a essa respeitabilíssima cidade italiana”, acrescenta a mensagem.

A carta é assinada pelos deputados Áurea Carolina, David Miranda, Fernanda Melchionna, Glauber Braga, Ivan Valente, Luiza Erundina, Sâmia Bomfim, Talíria Petrone e Vivi Reis.   

Homenagem – A cidadania honorária a Bolsonaro foi proposta pela prefeita de Anguillara Veneta, Alessandra Buoso, com o argumento de que um bisavô do presidente nasceu nessa pequena cidade de pouco mais de 4 mil habitantes situada no norte italiano.   

“A cidadania é conferida de fato ao presidente, como delegado de um povo e eleito democraticamente pelo povo que ele representa, mas é conferida simbolicamente a toda uma nação”, justificou Buoso por meio de comunicado.   

Segundo a prefeita, o reconhecimento vale como um “gesto simbólico de esperança para todos os povos que, todos os dias, são obrigados a migrar para outros países em busca de uma nova vida”.   

“Não queremos entrar nos aspectos políticos porque não é nosso papel nem nossa vontade, queremos apenas recordar que os laços entre essas duas nações são extremamente fortes”, acrescentou.   

Bolsonaro deve visitar Anguillara em 1º de novembro, após a cúpula do G20 em Roma. Diversas organizações, inclusive a maior entidade antifascista da Itália, prometem protestar contra o presidente no dia de sua viagem a Anguillara, e até a Igreja Católica na província de Pádua, onde fica a cidade, expressou “constrangimento” com a visita. (ANSA).   

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