Igo Estrela/ Metrópoles

Passado o momento mais duro da pandemia de Covid-19, doença causada pelo coronavírus, shows, festivais e apresentações artísticas voltaram a ocupar os palcos do país. Com a retomada aquecida, o setor espera que 2023 seja um ano de retorno ao lucro.

As estimativas de participação do setor cultural na economia brasileira, antes da pandemia, variavam de 1,2% a 2,67% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas pelo país.

Juan Ganguilhet, um dos principais nomes do agenciamento artístico no Brasil, em entrevista ao Metrópoles, afirma que a expectativa é de que, no próximo ano, o setor recupere esse porcentual e até ultrapasse.

“O entretenimento é um fator necessário na sociedade. São dessas festas e eventos que surgem famílias, casais se conhecem. Por isso, acredito que facilmente deve recuperar esse porcentual no PIB , se não passar”, salienta.

Dono de uma carteira que reúne nomes de destaque, como os cantores Karol Conká, Lucas Lucco, Filipe Ret, L7nnon, MC Pedrinho e Gaab; o ator Babu Santana; e o produtor musical Papatinho, Juan garante: “A cabeça dos empresários e dos contratantes do meio está seguir daqui para frente acreditando no futuro”, explica.

Ainda não houve tempo para se recuperar os dois anos em que o setor ficou paralisado pela pandemia, mas já iniciou o caminho. “Eventos de grande porte estão dando lotação máxima”, chancela.

Ele salienta: “O mercado está seguro de que em 2023 teremos mais festivais em vez de festas. E também cada vez mais eventos nichados, que reúnem grande número de pessoas que gostam do mesmo gênero musical.”

Planejamento financeiro

Traumática em diversos aspectos, a pandemia impactou significativamente na dinâmica do mercado de trabalho cultural. Juan avalia que todo artista e empresário do setor deve manter reservas.

“A experiência que fica é de que é necessário um planejamento financeiro estruturado para todo profissional que faz da música uma empresa, por exemplo”, vaticina.

O marqueteiro encerra a conversa com críticas à ajuda do governo para a categoria. Após pressões da classe, foram implementadas medidas de incentivo, como a Lei Aldir Blanc e a Lei Paulo Gustavo.

“Essas medidas foram poucas aplicadas. Ainda é muito prematuro para sabermos sobre algum resultado expressivo dentro da cultura, mas estamos atento”, frisa.

A crítica ocorre após o governo federal anunciar um terceiro corte no Orçamento para garantir, segundo o Mistério da Economia, o pagamento de R$ 3,86 bilhões em incentivo à cultura previsto na Lei Paulo Gustavo.

(Metrópoles)

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