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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou a prisão preventiva de Vinicius de Lima Britto, policial militar que matou com 11 tiros pelas costas um jovem negro de 26 anos que havia furtado sabão de um mercado no dia 3 de novembro, no Jardim Prudência, na zona sul de São Paulo.

Na decisão, a juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreira, da 5ª Vara do Júri, afirma que a ação de Britto “excedeu em muito os limites de sua atividade”.

A magistrada alegou que a liberdade do PM pode prejudicar a investigação na coleta de provas e depoimentos por conta da “posição de poder”, e decretou a detenção do réu. Britto tem 10 dias para recorrer.

Pedido do MPSP

A decisão da juíza vem após o promotor Rodolfo Justino Morais, da 3ª Promotoria do Júri, encaminhar a denúncia pedindo a prisão preventiva de Vinícius. O PM vai responder por homicídio triplamente qualificado.

No documento, o promotor cita imagens de uma câmera de segurança do estabelecimento. Na gravação, é possível ver o policial pagando no caixa, quando o suspeito passa correndo por trás dele, escorrega em um tapete e cai no chão durante a fuga. Nesse momento, o PM começa a atirar.

Para o promotor, o policial agiu por motivo fútil, diante de uma pessoa sem possibilidade de defesa.

“O denunciado Vinicius de Lima Britto, agindo com manifesto animus necandi, por motivo fútil, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e com emprego de meio que resultou perigo comum, matou Gabriel Renan da Silva Soares, causando-lhe os ferimentos descritos no laudo de exame necroscópico”, afirma o promotor.

“O motivo do crime foi fútil, consistente na reação desproporcional do denunciado ao furto de produtos de limpeza. O denunciado agiu de forma absolutamente desarrazoada, executando sumariamente a vítima sem que houvesse qualquer ameaça ou risco à sua integridade física ou de terceiros”, acrescenta.

Após a divulgação das imagens, o policial foi afastado da Polícia Militar.

Veja:

Reprovado no exame psicológico

Vinicius de Lima Britto foi reprovado na primeira vez que prestou o exame psicológico da PM. Dentre as razões apontadas pela banca examinadora para reprovar Vinicius, está o descontrole emocional apresentado pelo então candidato.

O edital Nº DP-1/321/21 para o cargo de Soldado PM de 2ª Classe do Quadro de Praças de Polícia Militar (QPPM) previa as seguintes etapas:

  • Exames de conhecimentos, com prova objetiva e dissertativa, ambas de caráter eliminatório e classificatório;
  • Exames de aptidão física, de caráter eliminatório;
  • Exames de saúde, de caráter eliminatório;
  • Exames psicológicos, de caráter eliminatório;
  • Avaliação da conduta social, da reputação e da idoneidade, de caráter eliminatório;
  • Análise de documentos, também de caráter eliminatório.

Vinicius passou por todas as fases do certame até ser eliminado no exame psicológico. De acordo com o edital, a PM espera admitir candidatos com flexibilidade moderada, disposição para o trabalho, capacidade de liderança, relacionamento interpessoal adequado, inteligência, fluência verbal e resiliência.

Com informações de Metrópoles.

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