Consumidora faz compra no supermercado Chama em Itaquera, na zona leste de São Paulo (SP) - Rubens Cavallari - 27.abr.2022/Folhapress

Os alimentos mantêm tendência de queda e registraram, em junho, a maior redução de preço em 45 meses em São Paulo. No mês passado, tiveram deflação de 0,80%, o que inibiu uma evolução da taxa média de inflação.

Segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a inflaçãomédia de junho ficou praticamente estável na cidade de São Paulo, com recuo de 0,03%.

A queda nos preços dos alimentos nos supermercados reflete o que ocorre no campo. Com maior oferta de produtos e, até então, sem a ocorrência de efeitos climáticos severos, como em 2021 e em 2022, os preços de boa parte dos produtos estão em queda.

Além de uma melhora na oferta interna, os preços praticados dentro da porteira refletem a desaceleração mundial das commodities. A produção internacional de grãos melhorou, e os estoques estão sendo repostos, o que tem provocado uma queda nos preços internacionais.

A retração interna dos preços se espalha por quase todos os segmentos da alimentação. Das 20 maiores pressões de queda na taxa de inflação, 16 são da agropecuária.

O comportamento dos preços dos alimentos neste período do ano difere do que ocorre nos anteriores, quando a tendência era de alta. Em junho do ano passado, a inflação dos alimentos teve aceleração de 0,93%

Os alimentos, um dos principais fatores de pressão nos últimos quatro anos, quando acumularam alta de 30% em São Paulo, registram evolução de apenas 1,35% no primeiro semestre deste ano. A inflação geral é de 2,1%, segundo a pesquisa da Fipe.

As principais quedas do mês favorecem os consumidores de menor renda, uma vez que ocorreram em feijão, frango, leite e tomate. O arroz e o pãozinho, no entanto, estão na outra ponta, ainda apresentando alta.

Oferta menor do produto faz com que os consumidores paulistanos paguem 7,5% a mais pelo arroz no acumulado dos seis primeiros meses. Já o pãozinho ainda sofre os efeitos da pressão do trigo no mercado internacional, embora essa já seja menor.

A carne, grande fator de pressão nos anos anteriores, devido às exportações e preços internacionais aquecidos, mudou de tendência. No primeiro semestre deste ano, a bovina teve retração de 6,6%; a de frango, de 14,3%, e a suína, de 4,6%.

No caso da carne bovina, todos os 14 cortes relacionados na lista de pesquisa da Fipe mostraram queda de preços em junho, comportamento que é repetido no acumulado do ano.

Neste semestre, a costela de boi tem retração de 5,6% no preço, e o filé mignon, de 6%. A picanha, que ficou 1,2% mais barata no mês passado, acumula queda de 5,7% de janeiro a junho.

Principal alta de preços de 2019 a 2022, quando havia acumulado elevação de 164% para os consumidores, devido à forte demanda externa pela soja brasileira, o óleo de soja vem contribuindo há vários meses para uma contenção da taxa inflacionária. Neste ano, os preços já caíram 24% nas prateleiras de supermercados.

A pressão diminui também sobre outros alimentos básicos, como fubá e farinha de milho, mas continua em ovos, que teve reajuste de 23% no ano.

Com informações da Folha de São Paulo

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