
A última noite do 58º Festival Folclórico de Parintins foi marcada por um momento de provocação que incendiou a arena do Bumbódromo e arrancou aplausos da galera azulada. O Amo do Boi Caprichoso, Caetano Medeiros, usou do bom humor e da rivalidade histórica entre os bois para cutucar o adversário Garantido durante sua apresentação na noite deste domingo (29).
Em um dos trechos de sua performance, Caetano levou à arena um bolo cenográfico e ironizou o fato de o boi da Baixa do São José não vencer o festival há cinco edições. Em tom de sátira, o item 6 do Touro Negro cantou:
“Parabéns pra você, cinco anos sem vencer
Em 2025, só vocês, outra vez
Vai perder
Foi baixo
Foi baixo
Outra vez
Vai perder, vai perder, vai perder”
A provocação levou o público ao delírio. A galera azul e branca respondeu em coro, vibrando com a performance e reforçando o clima de disputa que sempre marca o encerramento do festival.
A rivalidade entre Caprichoso e Garantido é uma das marcas mais tradicionais do Festival de Parintins. Provocações como a de Caetano Medeiros fazem parte do espetáculo, sendo utilizadas de forma criativa, teatral e sempre dentro do espírito da festa, que celebra a cultura amazônica com emoção, beleza e competitividade.
Caprichoso exalta a força da Amazônia e homenageia defensores da floresta na última noite
O Boi Caprichoso abriu, neste domingo (29), a terceira e última noite do 58º Festival Folclórico de Parintins com uma apresentação marcada por mensagens de resistência e reverência à floresta amazônica. Sob o subtema “Kaá-eté – retomada pela vida”, o bumbá azul e branco deu continuidade ao enredo “É tempo de retomada”, exaltando a defesa do meio ambiente e os povos originários.
Logo na abertura, o apresentador oficial, Edmundo Oran, convocou os jurados e o público a refletirem sobre a urgência da preservação da Amazônia. Na arena, o boi-bumbá evoluiu sob os olhares atentos do público e dos jurados, com destaque para o item 10 – Boi-bumbá (Evolução), interpretado por Edson Azevedo Júnior, a alma do boi, que desceu do alto de uma alegoria para protagonizar sua performance.
Um dos momentos mais impactantes foi a entrada da barra do boi, que exibiu rostos de figuras históricas da luta ambiental e indígena, como Chico Mendes e Ailton Krenak. A homenagem reforçou o compromisso do Caprichoso com as causas socioambientais.
O primeiro ato da noite apresentou a lenda indígena “Waurãga e os Wauã-Kãkãnemas”, concebida pelo artista Geremias Pantoja. A cunhã-poranga Marciele Albuquerque surgiu como a própria Waurãga, deusa protetora da floresta e descrita na toada como a “mãe de todas as mães”. O figurino deslumbrante da personagem foi assinado pelo artista Estevan Antunes.









