Foto: Angelo Miguel/MEC

O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) entrou de vez no debate sobre o suposto vazamento de questões do Enem e declarou apoio à mobilização nacional organizada por estudantes que pedem a suspensão e anulação do exame. Após receber uma série de mensagens pelas redes sociais, o parlamentar se comprometeu a levar a Brasília um dossiê elaborado pelos próprios candidatos, contendo indícios que, segundo eles, apontam possível quebra de isonomia na aplicação da prova realizada no último domingo (16). Em Manaus, o ato está marcado para este sábado (22), às 13h, na Avenida Djalma Batista, em frente ao Plaza Shopping.

A aproximação de Amom com o movimento ocorreu depois que o deputado protocolou, na Controladoria-Geral da União (CGU), um pedido de apuração “célere e técnica” sobre a segurança do Enem. Ele também enviou denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), cobrando investigações urgentes acerca da suspeita de vazamento e eventuais responsabilidades de servidores públicos ou empresas contratadas.

Segundo os organizadores da mobilização, o objetivo é reunir provas, prints, depoimentos e vídeos que sustentem as denúncias. Todo esse material deverá ser encaminhado aos órgãos de fiscalização e, conforme Amom, será apresentado à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

“Se as denúncias forem comprovadas, a única medida justa é a anulação do Enem. E, se for o caso, a intervenção imediata no Inep. O estudante brasileiro não pode ser penalizado por falhas de gestão ou favorecimento indevido. Educação precisa de igualdade de oportunidades e transparência — princípios que vou continuar defendendo no Congresso”, afirmou o deputado.

Vazamento expõe fragilidades e ameaça credibilidade do Enem

As denúncias ganharam força após viralizar nas redes sociais um vídeo de um curso preparatório ao vivo, ministrado em 11 de novembro de 2025 por Edcley de Souza Teixeira. A aula apresentava questões com estrutura, enunciados e alternativas muito semelhantes àquelas que apareceram no caderno oficial do Enem cinco dias depois.

A repercussão levou o Ministério da Educação a anular três questões, reconhecendo “similaridade suficiente” com o conteúdo divulgado. O MEC também informou ter acionado autoridades policiais para investigar a origem dos vazamentos e possíveis falhas na cadeia de custódia do exame.

Amom lembrou que, durante a pandemia, entrou com ação que levou à suspensão do Enem no Amazonas por falta de condições sanitárias. Agora, segundo ele, novamente o exame passa por um momento crítico que exige resposta rápida das instituições.

“Estamos articulando agendas com o Procurador-Geral da República, além de requerimentos e audiências públicas nas comissões da Câmara. Assim que forem aprovados, o Executivo terá prazo para responder. Qualquer suspeita que coloque em dúvida a lisura do Enem precisa ser tratada com total rigor e transparência”, reforçou.

O parlamentar afirmou que seguirá monitorando o caso e cobrando providências para restabelecer a confiança da população no exame, considerado a porta de entrada para o ensino superior de milhões de jovens.

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