No próximo domingo comemora-se o Dia das Mães, uma data especial para celebrar aquela que é a face feminina de Deus na terra. Em outras palavras: as mães são as protetoras, as intercessoras, as incentivadoras dos filhos, aquelas que estão sempre dispostas a ajudar, nem que para isto elas sacrifiquem a própria vida. Muitas esquecem até de si mesmas e vivem em função dos filhos. Mas não é tarefa fácil ser mãe. É uma missão hercúlea. No entanto, elas possuem o segredo da vida e da felicidade humana, um amor incondicional, inexplicável. Por isso, não tem como negar, o amor de mãe é a força mais sutil que há no universo.

Todos os seres vivos que existem no universo, sejam eles animais ou vegetais, devem a sua origem, a sua existência, a sua vida, a uma genitora. Ninguém, ou coisa alguma, é filho ou filha de chocadeira! Sem mãe, sem vida, simples assim! As nossas mães são à força mais bela, sublime e sagrada da natureza, sendo a própria natureza a Grande Mãe.

Em harmonia com o princípio educacional cristão, é preciso que as crianças aprendam amar, respeitar e valorizar sua mãe desde pequeno, porque, se não for assim, quando chegar à velhice não o fará e, infelizmente, na primeira oportunidade que tiver desprezará ou jogará sua mãe num asilo. É bíblico: o filho que não ama e nem respeita sua mãe não terá vida fácil e feliz sobre a terra. “Honra teu pai e tua mãe, a fim de que venhas a ter vida longa na terra que Yahweh, o teu Deus, te dá” (Êxodo, 20: 12).

Dessa forma, todo filho e toda filha deve aprender que sua mãe é o ser mais sagrado, belo, forte e sublime do mundo. Eu, Luís Lemos, sou prova viva da perene bondade do amor de mãe para com seus filhos. Já escrevi aqui, em textos anteriores, que a minha mãe não sabia ler e nem escrever; não sabia assinar o próprio nome. No entanto, eu já fiz duas graduações, duas pós-graduações e um mestrado; já tive vários professores excelentes, mestres e doutores, mas nenhum deles me deu tão nobre e bela lição quanto a minha mãe que não fora educada na sabedoria dos livros.

Um dia – estudava a 5ª série do Ensino Fundamental – eu fui expulso da escola. Um coleguinha de sala costumava me chamar de Nemo, por causa do meu sobrenome: Lemos. Eu não gostava, e acabamos brigando. Hoje eu sei que aquilo era bullying. Quando eu cheguei à minha casa e contei para a minha mãe o que tinha acontecido, ela me chamou para uma conversa e então me explicou: “Filho, tenha muito orgulho do seu nome. Lemos vem do verbo ler. Quando você era pequeno, eu e o seu pai, líamos para você. Nós líamos a Bíblia, o jornal, o livro, a revista…”.

Talvez você esteja aí se perguntando: “Ué, como é que a sua mãe era analfabeta e ela leu para você?” Acontece que anos mais tarde desse episódio, quando eu precisei que ela assinasse um documento na escola, uma autorização para um passeio, aí eu descobri que ela não sabia ler. Confesso que na hora fiquei muito surpreso e até chateado, mas fui ter com ela uma conversa: “A senhora mentiu para mim, não foi mamãe?”. Ela, com a sabedoria que Deus lhe deu, me respondeu: “Filho, foi a forma que eu encontrei para você continuar estudando, para você não desistir da escola”.

E foi isso mesmo! Ela não me bateu, não foi à escola brigar com a diretora porque me expulsou, com a mãe do meu colega que me apelidava de Nemo, com os professores…

Ela aproveitou a ocasião para me ensinar. Foi com ela que eu aprendi o que é amor de verdade, tolerância, respeito, empatia, autonomia, etc.; com ela aprendi a resolver os meus próprios problemas e nunca passar os meus problemas para os outros.

A minha mãe era uma mulher corajosa, forte, bela e cheirosa, uma característica que ela mesma gostava de repetir: “Eu sou pobre, mas sou perfumosa”. Pouco tempo antes de ela morrer, nas muitas conversas que tivemos, ela me disse: “Filho, cada um tem a sua missão. Uns nascem para ganhar dinheiro, outros para serem famosos, muitos para serem esquecidos e outros, ainda, para serem felizes ou infelizes. Procure o seu próprio caminho, faça sempre o bem, seja ético e à vida há de sorrir para você”.

Em suma, cresce em mim à convicção de que se Deus cometeu algum erro na Criação foi porque Ele não fez as mães eternas.

Defendo de maneira integral e definitiva que as mães não morram; que elas vivam para sempre. Mais como eu sei que Deus não erra e a Teologia está aí para provar isto, defendo, por fim, que os filhos aprendam amar, respeitar e a valorizar suas mães enquanto há tempo, porque, como elas não são eternas, ou seja, elas morrem, o que fica em nossos corações são apenas as lembranças, as recordações. Feliz e abençoado Dia das Mães para todos os meus leitores e seus familiares.

*Luís Lemos é professor, filósofo e escritor, autor, entre outras obras de, Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente, Editora Viseu, 2021. https://www.editoraviseu.com.br/filhos-da-quarentena-prod.html?___SID=U
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