
Menos de 24 horas após a divulgação da pesquisa Real Time Big Data, o governador Wilson Lima (União Brasil) subiu o tom em discurso e reforçou seu compromisso com o povo do Amazonas. Aparecendo em terceiro lugar nas intenções de voto para o Senado, ele apostou na retórica emocional, lembrando a própria trajetória de “filho do interior, de família modesta” e reafirmando que ocupar o cargo de governador “nunca foi ambição pessoal, mas missão divina”.
A fala teve endereço certo: conter a percepção de desgaste e reforçar o vínculo popular com sua base, especialmente no interior. Ainda que não assuma publicamente, Wilson sabe que o cenário de 2026 se desenha desde já — e que a imagem de gestor simples e fiel às origens ainda é seu maior trunfo eleitoral.
Rejeição que preocupa
A pesquisa Real Time Big Data, divulgada na sexta-feira (10), acendeu um alerta dentro do PSD. O senador Omar Aziz aparece com 41% de rejeição, o maior índice entre todos os pré-candidatos ao Governo do Amazonas para 2026. Em contrapartida, a Professora Maria do Carmo (PL), apoiada por Jair e Michelle Bolsonaro, registra apenas 23%.
A leitura nos bastidores é simples: Omar enfrenta um teto político cada vez mais baixo, enquanto Maria do Carmo consolida a imagem de novidade e discurso de renovação. Analistas lembram que, com rejeição acima de 40%, o desafio é quase matemático — a dificuldade de virar o jogo é enorme. E se ele chegar aos 45%, como alertam os especialistas, o cenário eleitoral pode se tornar irreversível.
Capitão em modo Senado
Enquanto alguns nomes ainda testam terreno, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) decidiu definir o rumo: será candidato ao Senado. O anúncio veio após o levantamento da Real Time Big Data mostrar empate técnico com o senador Eduardo Braga (MDB), que busca a reeleição.
Alberto Neto aposta alto em um discurso de renovação conservadora e alinhamento com o bolsonarismo, compondo a dobradinha com a Professora Maria do Carmo, pré-candidata ao Governo do Amazonas. O parlamentar avalia que, com a base da direita consolidada e a boa aprovação junto ao eleitorado evangélico, pode surpreender nas urnas. Sua candidatura também é vista como um movimento estratégico do PL para manter o campo bolsonarista coeso no Estado.
Direita sob o mesmo teto?
O senador Ciro Nogueira (PP) lançou um recado direto à direita nacional: ou se une, ou entrega mais uma eleição ao PT. Em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, o ex-ministro defendeu que o campo conservador tenha apenas um candidato à Presidência em 2026, desde que seja um nome “capaz de unir do MDB ao PL”. E foi além: mencionou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o perfil ideal para essa unificação.
Ciro reforçou que o verdadeiro adversário é Lula, e que brigas internas enfraquecem o projeto político da direita.
Alckmin, Lula e o gesto de Trump
Em um movimento inusitado no tabuleiro diplomático, o vice-presidente Geraldo Alckmin revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu diretamente a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, a suspensão temporária da tarifa de 40% sobre produtos brasileiros, imposta em agosto.
Segundo Alckmin, a intenção é equilibrar o comércio bilateral e evitar prejuízos enquanto as negociações seguem em andamento. O gesto foi visto como pragmático: Lula tenta manter o discurso progressista no plano interno, mas age com realismo econômico nas relações internacionais. Se o pedido for aceito, será uma vitória diplomática importante para o Brasil — e um raro momento de convergência entre dois líderes de espectros políticos opostos.
STF e o xadrez da sucessão
A sucessão do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) virou uma partida de xadrez em Brasília. Segundo a coluna de Daniela Lima (UOL), enquanto aliados de Lula esperam a definição ainda neste mês, ministros da Corte pedem cautela para evitar tensionar a relação com o Congresso.
Nos bastidores, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), trabalha pela indicação do seu aliado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual presidente do Senado. A movimentação, porém, encontra resistência dentro do próprio governo, que avalia o custo político dessa nomeação. Lula, como de costume, está entre a pressão dos aliados e o pragmatismo institucional que o momento exige.










