Aras estima que 200 denúncias contra financiadores e vândalos devem ser ajuizadas nos próximos dias

Foto: Pedro França / Agência Senado

O procurador-geral da República, Augusto Aras, estima apresentar na próxima quinzena até 200 denúncias contra os envolvidos nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro na praça dos Três Poderes. Em entrevista ao SBT, o procurador ainda afirmou que há pelo menos dez denúncias contra incitadores, financiadores e vândalos que devem ser ajuizadas até o fim desta semana. O Ministério Público Federal (MPF) já tem 40 denúncias prontas contra pessoas identificadas.

O procurador-geral também disse que a investigação envolve agentes públicos, mandantes intelectuais, financiadores e executores dos atos antidemocráticos. Aras não descartou a costura de uma “solução conciliada” com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com o Congresso Nacional.

Os golpistas devem responder pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado. Também será apurado dano qualificado por violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável e considerável prejuízo à vítima.

As investigações dos atos de vandalismo contra as sedes dos três Poderes estão sendo conduzidas por um Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos criado por Aras com o objetivo de agilizar o trabalho e a apresentação de ações penais contra todos os responsáveis pelos atos.

Questionado sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro ser responsabilizado por questionar o resultado das eleições numa postagem que posteriormente foi apagada, o procurador-geral lembrou que a abertura do inquérito contra Bolsonaro foi de autoria da própria PGR. Aras disse que o objetivo é colher possíveis provas de autoria e materialidade contra o ex-chefe do Executivo.

‘Medidas enérgicas’

Na segunda-feira, Aras informou sobre as 40 denúncias para o presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP). Lira disse esperar ‘medidas enérgicas’ da PGR.

— Esperamos que o Ministério Público cumpra o seu papel e promova a responsabilização não só por causa da depredação, que é grave, mas sobretudo por causa do atentado sofridos pelas instituições — afirmou.

Com O Globo.

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