Metrópoles / Enviada especial aos Emirados Árabes – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não repetirão “absurdos” do passado e que a prova terá “a cara do governo”.

Na noite desta segunda-feira (15/11), horário local, o chefe do Palácio do Planalto disse que anteriormente os temas de redação “não tinham nada a ver com nada”.

A declaração ocorre após uma debandada de 30 coordenadores do exame. Apesar do percalço, o governo garante que as provas serão aplicadas normalmente.

Bolsonaro disse, em Dubai, que o ministro da Educação, pastor Milton Riberio, explicou o que motivou as demissões e assegurou a avaliação.

“O negócio é complexo, conversei muito rapidamente com o Milton. É um absurdo o que se gastava com poucas pessoas. Inadmissível”, frisou.

O presidente usou o termo “tranquilidade” para resumir a aplicação das provas no próximo fim de semana.

“Ninguém está preocupado com aquelas questões absurdas, que no passado caiam temas de redação que não tinham nada a ver com nada. Realmente algo voltado para o aprendizado”, concluiu.

A debandada

Os servidores estão em pé de guerra com o presidente da instituição, Danilo Dupas. Desde semana passada, há um processo de desmonte da estrutura e saída de gestores técnicos de suas funções. Em 8 de novembro, 31 coordenadores pediram exoneração de cargos comissionados. A debandada começou com 12 nomes, mas cresceu depois de alguns dias.

A mobilização dos servidores do Inep contra a presidência do órgão teve como estopim a publicação de duas portarias no Diário Oficial da União. A primeira dispensa o presidente da autarquia de participar de tomadas de decisões. A outra, em trâmite no Sistema Eletrônico de Informações sob o nº 0797841, exime-o de integrar a Equipe de Tratamento de Riscos e Incidentes (Etir) de Brasília.

O Etir de Brasília é o colegiado responsável por resolver problemas no momento em que ocorrem as avaliações coordenadas pelo órgão.

Segundo os servidores, os textos das Portarias nº 371, de 19 de agosto, e nº 452, de 3 de setembro, estão sendo usados por Danilo Dupas para delegar ao chefe de gabinete algumas atribuições do comando do órgão. Além disso, a minuta o desobriga de tomar decisões relacionadas à resolução de problemas do Enem e do Enade.

Para os funcionários, Dupas, que veio da iniciativa privada, “não saberia nem sequer lidar com as responsabilidades de um gestor público”. (Metrópoles)

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