O ex-presidente Jair Bolsonaro expressou sua insatisfação com Valdemar Costa Neto, cacique do Partido Liberal (PL), após este proferir insultos ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), através das redes sociais.

A reprimenda foi dada em 25 de janeiro, no mesmo dia em que Valdemar chamou Pacheco de “frouxo” por não reagir a operações policiais autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra parlamentares.

Na ocasião, o alvo das críticas era o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), cujos endereços foram vasculhados em uma operação que investiga um esquema ilegal de espionagem pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro.

Valdemar declarou em entrevista ao jornal O Globo: “É mais uma perseguição do ministro Alexandre de Moraes contra bolsonaristas e a direita do país. Mas, isto só ocorre pelo fato de termos um presidente do Congresso frouxo. O Rodrigo Pacheco deveria agir pelo impeachment dele. A função do Ramagem à frente da Abin sempre foi investigar”.

A repreensão veio de Bolsonaro, que estava de férias em Angra dos Reis (RJ) e ligou para Valdemar, expressando seu desagrado com a postagem. O senador Flávio Bolsonaro também criticou a atitude do presidente do PL durante a ligação.

Durante a conversa, Valdemar foi alertado sobre possíveis represálias devido à sua postura. Na sequência, na avaliação de bolsonaristas, essas consequências se materializaram na operação da Polícia Federal (PF) contra o dirigente na semana seguinte.

Em 8 de fevereiro, o presidente do PL foi alvo de buscas em uma operação que investiga uma suposta organização criminosa que teria atuado para manter Bolsonaro no poder em 2022, por meio de um “golpe de Estado”.

Inicialmente, Valdemar estava sujeito apenas a mandados de busca e apreensão. No entanto, acabou sendo preso em flagrante após a PF encontrar uma arma de fogo e uma pepita de ouro com ele.

O dirigente ficou detido por três dias na superintendência da PF em Brasília, sendo solto no sábado (10/2) após uma articulação que envolveu o ex-presidente Michel Temer e os ministros do STF Gilmar Mendes e André Mendonça.

Apesar de ter sido libertado, o ministro Alexandre de Moraes manteve sua decisão de proibir qualquer contato entre os investigados pela operação, o que inclui tanto o presidente do PL quanto Bolsonaro.

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