O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB/AM), disse ontem que, atualmente, os moradores das regiões mais distantes, como do estado do Amazonas, são os mais penalizados com os altos preços das passagens de voos domésticos no Brasil. O senador participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que debateu os altos valores cobrados pelas companhias aéreas em determinados períodos do ano.
“Como explicar que uma passagem Manaus-São Paulo seja mais cara que uma passagem Manaus-Miami? As empresas dizem que o preço das passagens tem caído, mas isso só ocorre em trechos onde há mais concorrência, como Rio e São Paulo. Nas regiões periféricas, os preços só aumentam”, reclamou o senador.
Para resolver a questão, segundo Braga, é preciso fazer ajustes na legislação, de forma a aumentar a concorrência entre as empresas, com acordos de liberação do espaço aéreo brasileiro para companhias estrangeiras atuarem no país (o chamado “open skies”) e, até mesmo, estudar a possibilidade de se permitir a entrada de capital estrangeiro no setor.
O senador questionou ainda a falta de concorrência na aviação regional, o que eleva ainda mais o preço das passagens.
“Na aviação regional o colapso é maior. Para ir de Manaus a Eirunepé, no interior do estado, se paga mais caro que ir de Manaus para Brasília, cujo valor já é um absurdo. O que estamos vendo atualmente é que quanto mais pobre e mais distante o local desejado, mais cara é a passagem”, ressaltou, afirmando não acreditar que todas as empresas aéreas, segundo alegam, estão tendo prejuízo no Brasil.
A audiência pública foi solicitada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) e outros senadores. Participaram do debate odiretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Pacheco dos Guaranys, o presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Flávio Dino; o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear),Eduardo Sanovicz, o secretário-executivo da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Guilherme Ramalho;o diretor de Assuntos Regulatórios da TAM, Basílio Dias, o diretor de Relações Institucionais da Gol, Alberto Fajerman e o diretor de Relações Institucionais da Azul, Victor Celestino.