O governo brasileiro declarou, nesta terça-feira (26), que acompanha com “preocupação” o desenrolar do processo eleitoral na Venezuela depois que a coalizão opositora foi impedida de inscrever sua candidata.

“O governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país”, declarou, em nota, o Ministério das Relações Exteriores, que até agora havia se mantido à margem das críticas contra o pleito no país vizinho.

O prazo de inscrição dos candidatos para as eleições de 28 de julho terminou à meia-noite de segunda, sem que a Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal força de oposição ao presidente Nicolás Maduro, tenha conseguido registrar sua postulante.

A oposição pretendia inscrever Corina Yoris, acadêmica de 80 anos, nomeada por María Corina Machado para representá-la.

Machado venceu com folga as primárias da PUD, mas foi inabilitada por 15 anos e não poderá disputar as eleições.

O governo brasileiro “observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitária (…), sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados”, assinados entre o governo e a oposição venezuelanas em outubro passado para a realização das eleições.

“O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”, acrescentou o Itamaraty na nota.

Desde que voltou ao poder, em janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mantido relações cordiais com Maduro, isolado em grande parte da região.

Em 6 de março, o presidente pediu respeito à “presunção de inocência” e para não despertar dúvidas antecipadas sobre o processo eleitoral venezuelano.

E gerou polêmica pelas críticas veladas à opositora venezuelana inabilitada.

“Eu fui impedido de concorrer às eleições de 2018. Em vez de ficar chorando, eu indiquei outro candidato”, lembrou, em alusão a María Corina Machado, sem nomeá-la.

Imediatamente depois, Machado acusou Lula de estar “convalidando os atropelos de um autocrata”.

O governo brasileiro se declarou disposto, nesta terça-feira, a “cooperar” com a comunidade internacional nas eleições venezuelanas e reiterou seu repúdio a “quaisquer tipos de sanção” contra a Venezuela.

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