Pela primeira vez em quase duas décadas, o Brasil identificou um caso autóctone de cólera, uma infecção intestinal aguda transmitida principalmente por água e alimentos contaminados. O último registro semelhante no país data de 2006, marcando um longo período sem ocorrências locais da doença.
O caso foi reportado em um homem de 60 anos residente em Salvador, Bahia, que não tinha histórico de viagens recentes a países com conhecida atividade do vírus, nem contato com casos confirmados ou suspeitos. Os sintomas, que incluíram desconforto abdominal e diarreia, surgiram em março, e o paciente já foi tratado e curado.
Uma nota técnica emitida pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente detalhou que exames subsequentes realizados em pessoas que estiveram em contato com o paciente e nos profissionais de saúde que o atenderam resultaram negativos, descartando riscos adicionais de transmissão.
Atualmente, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (CIEVS-BA), em colaboração com entidades locais e nacionais, conduz investigações adicionais e implementa medidas preventivas para evitar a propagação da doença.
Cólera
A cólera é causada pela bactéria Vibrio cholerae e é conhecida por sua transmissão rápida através da ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de pessoas infectadas. Cerca de 75% dos infectados não manifestam sintomas, mas as formas graves da doença podem ser fatais se não tratadas prontamente.
De janeiro a março deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou casos ou surtos de cólera em 31 países, com a região africana sendo a mais afetada. Esta realidade ressalta a importância do saneamento básico e das práticas de higiene para controlar a disseminação da doença.
Este caso reacende a discussão sobre a necessidade de medidas robustas de saúde pública e infraestrutura de saneamento adequada no Brasil, visando a prevenção de futuros surtos da doença.