A Polícia Civil prendeu um casal nesta terça-feira (26/7), acusado pela morte da própria filha. Segundo as investigações, a criança sofria agressões de Gabriel da Silva dos Santos Ferreira, 24, pai de Helena Borges Ferreira, de 3 meses. A mãe da menina, Vitória Carvalho Borges Barria, 21, foi presa por omissão.
O caso aconteceu em Itaocara, no Noroeste Fluminense do Rio. A bebê morreu na última sexta-feira (22/7), após chegar sem vida ao hospital e com manchas roxas. Helena apresentava lesões como fraturas de tíbia e fêmur, caracterizando a síndrome de Silvermann, quando a criança é espancada.
A prisão foi feita pela 135ªDP, Itaocara. Ao chegar à delegacia, Gabriel chorou e negou as acusações. Vitória, assim que viu o companheiro, começou a gritar e atacar o pai da menina.
Carlos Augusto Guimarães da Silva, delegado responsável pelas investigações, ordenou que eles acalmassem os ânimos: “Não quero palhaçada dentro da delegacia, não quero bagunça aqui, você já está sendo preso, tem um mandado contra você e contra ela também, acalma seu coração que daqui a pouco a gente vai conversar”, disse.
Segundo as investigações, a bebê vinha sendo agredida fisicamente pelo pai há dias e apresentava lesões corporais, com evoluções. O casal alegou que a menina era portadora de doença hematológica e justificou a existência de manchas roxas no corpo. Um exame feito pela necrópsia identificou fatura na tíbia, no fêmur e traumas na cabeça, com edema cerebral. A morte da criança foi ação contundente.
Na delegacia, Gabriel negou ter cometido as agressões e Vitória disse que não sabia da violência sofrida pela filha.
No dia 30 de junho e 8 de julho, a criança foi levada para a Casa de Saúde Pio XII, em Santo Antônio de Pádua, que comprovou fraturas na perna através de radiografias.
Na ocasião, o Conselho Tutelar foi alertado e iniciou o acompanhamento do caso. Em todo o momento a mãe afirmou que as manchas eram por causa de doença hematológica.
Os médicos que acompanharam as primeiras internações do bebê foram precisos ao dizer que lesões não são decorrentes da doença, mas sim de maus-tratos. A investigação começou quando a médica não quis atestar a morte da menina pela patologia e o corpo foi enviado ao Instituto Médico Legal.
Vitória era estudante, Gabriel não trabalhava e os dois estavam juntos há cerca de um ano. O casal passou a fazer acusações um contra o outro no dia da prisão.
“A família toda está muito abalada. Essa prisão serve como resposta para mostrar que a sociedade pode contar com a polícia”, disse o delegado ao Metrópoles. (Metrópoles)