“Eu fiquei em estado de choque, parada, sem saber o que fazer. Foi uma cena de horror”. O relato é de Celina Barbosa, 40 anos, moradora de Ceilândia. Na noite de sexta-feira (8/1), , Celina foi testemunha do primeiro feminicídio do Distrito Federal no ano de 2021.

A vítima, Isabel Ferreira Alves, 37, foi morta a facadas pelo companheiro. Celina, que mora aos fundos de onde ocorreu o crime, conta que começou a ouvir os gritos. “Socorro, me ajuda, ele está me matando”, teria implorado Isabel.

Celina ressalta que já havia escutado o casal discutindo diversas vezes. Isabel teria dito a ela, inclusive, que pretendia se mudar em breve dali depois que o companheiro começou a ser agressivo com seus filhos.

“Saí correndo depois que ouvi os gritos, mas ela já tinha caído no chão. Saiu correndo pra pedir ajuda e acabou caindo, batendo a cabeça na porta do vizinho”, lamenta. “Nós presenciamos sem poder fazer nada”.

O assassino

Marcos Soares Pereira, 36, foi preso por agentes da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher II (Deam II), no início da tarde de sábado (9/1). Um dos filhos da vítima, de 15 anos, presenciou o crime. Foi ele quem chamou a polícia. O suspeito fugiu logo após cometer o feminicídio.

Os investigadores receberam denúncia anônima apontando que Marcos estava escondido na casa de uma irmã, também em Ceilândia. Uma equipe da Deam, coordenada pelas delegadas plantonistas Isabela Meireles e Gisele Perlingero, se dirigiu ao local e efetuou a detenção.

Marcos não resistiu e teria confessado o crime. Segundo o suspeito, antes de cometer o assassinato, ele teria feito uso de bebida alcoólica e cocaína. À PCDF, acrescentou que tinha saído de casa, com uma mochila, após uma briga, e que não pretendia voltar, mas que Isabel o chamou de volta, para buscar o restante dos pertences.

De volta à residência, o casal brigou novamente, desta vez, por causa de R$ 300 que Marcos teria exigido da companheira, supostamente para pagar o aluguel do local onde ele moraria dali em diante. Em seguida, ele desferiu os golpes de faca contra a vítima.

Isabel foi morta com duas facadas, segundo o filho da vítima. O acusado disse aos policiais que não se lembra, de fato, quantos golpes acertou na mulher.

Adriana Romana, delegada-chefe da Deam, disse que testemunhas confirmaram que o acusado estava alcoolizado e drogado no momento do crime. “Isabel disse que não tinha esse dinheiro e sairia de casa para arrumar o valor com os vizinhos. O autor a impediu de sair do imóvel e a matou”, explicou a investigadora.

Isabel trabalhava como auxiliar de serviços gerais em um shopping do DF e deixa três filhos. Com informações de Metrópoles.

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