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Apesar das limitações logísticas impostas pela grande seca no Amazonas e a possibilidade de superar os níveis do ano passado, as atividades do Programa de economia solidária, “Comércio Ribeirinho Solidário”, criado pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari – ASPROC seguem normalmente.

A cada três meses o barco da ASPROC segue o rio acima para entregar mais de cem mercadorias entre perecíveis e não-perecíveis nas cantinas e, em seguida, retorna para recolher uma grande variedade de produtos locais, com destaque para a farinha de mandioca, borracha e itens artesanais.

A expectativa é que a estiagem seja tão grande como no ano passado, o que impactará diretamente a navegação pelos rios da Amazônia devido às limitações na navegação de navios de grande porte.

Robson Cunha, responsável pela coordenação da Viagem de Comercialização do Comércio Solidário relata que a seca trouxe algumas dificuldades. “O rio está bem baixo, teve comunidade que a gente não conseguiu encostar, vamos levar mais dias pra realizar a viagem, onde a retirada de mercadoria levava um dia, levou dois” relatou. Em alguns pontos, onde a balsa navegava sem dificuldade, agora tem bancos de areia. “A gente bateu a balsa em vários cantos que não é habitual encostar. O risco de encalhar é grande”, contou.

Neste momento, 13 cantinas, distribuídas em 13 polos localizados estrategicamente próximo de 60 comunidades da Região do Médio Juruá, estão sendo abastecidas pela Balsa ASPROC III, com capacidade de transportar até 150 toneladas de produtos que fazem parte de uma política local de comércio justo coordenada pelos associados.

As balsas, por terem um fundo raso, conseguem operar em águas mais rasas, permitindo o transporte de pessoas e mercadorias mesmo em condições de baixo nível de água. A viagem iniciou no último dia 05 e deve ser concluída no dia 22 de agosto.

Sobre a ASPROC

A ASPROC foi criada em 1994 pelas comunidades extrativistas do Médio Juruá atuando na organização e comercialização da produção agroextrativista das comunidades ribeirinhas, além de liderar a luta pela criação das Unidades de Conservação na região, dando segurança fundiária, ambiental e social às comunidades tradicionais da região, em um cenário onde, até então, no início da década de 90, as famílias dessas comunidades, viviam em propriedades ditas dos “patrões” seringalistas que se diziam proprietários de imensas áreas de floresta na região; e sob este pressuposto, as mantinham submetidas à um sistema de semiescravidão e dependência econômica.

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