Veja – A Câmara de Representantes dos Estados Unidos votou, na quarta-feira 17, a favor do bloqueio de uma venda de armas para a Arábia Saudita e outros aliados, uma derrota à qual o presidente Donald Trump poderá responder com o veto.

Os legisladores, muitos dos quais se declararam horrorizados com o assassinato, no ano passado, do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita de Istambul, e com a atuação de Riad na guerra do Iêmen, votaram uma série de medidas para impedir a polêmica venda.

“Quando observamos o que acontece no Iêmen é importante que os Estados Unidos tomem uma posição”, declarou Eliot Engel, deputado democrata membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Representantes.

“Não podemos ignorar os atos violentos e os massacres cometidos contra civis” por parte das forças sauditas, destacou Eliot Engel.

Riad lidera uma coalizão que apoia o governo iemenita contra os rebeldes huthis, aliados ao Irã. Desde a intervenção saudita, a guerra provocou mais de 10 mil mortes e “a pior crise humanitária nomundo” atualmente, com milhões de pessoas sofrendo de desnutrição, segundo a ONU.

Numerosos parlamentares, incluindo republicanos, consideram que o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman como o autor intelectual do assassinato de Jamal Khashoggi.

A resolução que bloqueia as vendas de armas já passou pelo Senado e agora será enviada diretamente à Casa Branca, onde se espera que Trump a vete, utilizando pela terceira vez essa prerrogativa presidencial.

Para derrubar o veto são necessários os votos de dois terços dos legisladores das duas câmaras do Congresso, o que é pouco provável.

O número dois da comissão de Relações Exteriores da Câmara, o republicano Michael McCaul, criticou a decisão “perigosa” da Casa, destacando o “deslocamento dos tentáculos iranianos” no Oriente Médio.

“Se deixarmos isto avançar, a instabilidade vencerá o jogo e a segurança dos nossos aliados, como Israel, se verá ameaçada”.

A venda de armas à Arábia Saudita foi autorizada em junho pela administração Trump, que ignorou o Congresso evocando uma situação de emergência pelo conflito com o Irã.

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