Os restos mortais de uma mulher desaparecida no devastador tsunami de 2011 no Japão foram encontrados e identificados recentemente, anunciou a polícia nesta sexta-feira, 5, poucos dias antes de o desastre completar 10 anos.

De acordo com um porta-voz da corporação, em entrevista à AFP, pedaços de um esqueleto, incluindo o crânio, foram encontrados em uma praia no departamento de Miyagi, no dia 17 de fevereiro.

Análises dentais e de DNA realizadas esta semana pela polícia científica revelaram que se trata de Natsuko Okuyama, uma mulher de 61 anos que desapareceu na tragédia de 11 de março de 2011.

“Estou muito feliz que minha mãe apareceu na véspera do 10º aniversário”, disse o filho de Natsuko à agência de notícias Kyodo. “Isso vai me permitir colocar minhas emoções em ordem e seguir em frente.”

O acidente nuclear ocorreu em 11 de março de 2011, data que está para os japoneses como o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 para os americanos. 

Primeiro, o Japão foi atingido por um terremoto de 9 graus na escala Richter. Em seguida, um tsunami com ondas de 10 metros passou por cima das cidades costeiras no nordeste do país. 

A montanha de água invadiu a usina e destruiu o sistema interno de geração de energia. Sem eletricidade, não foi possível resfriar o combustível nuclear.

As autoridades dizem que a radiação liberada foi pequena e nenhum morador adoeceu ou morreu. Mas a vida nunca voltou ao normal. 

Antes do acidente, a Província de Fukushima tinha 2 milhões de habitantes. Era conhecida como uma área tranquila e turística, que preservava o jeito tradicional do Japão, belas paisagens de montanhas, castelos de samurais e comida de boa qualidade, principalmente arroz, pescados e frutas.

Apesar de toda a campanha do governo para dizer que não há mais riscos, a população encolheu e está hoje em 1,7 milhão de habitantes.

O balanço oficial da tripla catástrofe – terremoto, tsunami e acidente nuclear de Fukushima – foi de 15.899 mortes em dezembro de 2020, segundo a polícia japonesa.

Mais de 2,5 mil pessoas ainda estão oficialmente desaparecidas quase uma década depois, impedindo muitas famílias de enterrarem seus parentes, cujos corpos nunca foram encontrados. (Estadão)

Artigo anteriorPlano de Contingência para a cheia dos rios é debatida na Aleam
Próximo artigoContaminado com coronavírus, homem espalha saliva e é preso duas vezes no Rio Grande do Sul