Gregório Patrício da Silva, de 48 anos, acusado de estuprar e matar a pequena Lailla Vitória, de 1 ano e 7 meses, foi linchado e queimado por populares em frente à delegacia de Jutaí

A defesa de Vitória Assis Nogueira, mãe da bebê Lailla Vitória — brutalmente estuprada e morta aos 1 ano e 7 meses no município de Jutaí, interior do Amazonas — afirma que ela está sendo vítima de uma grave injustiça. Vitória está presa preventivamente há oito meses, em Manaus, e será julgada nesta segunda-feira (7/7), ao lado de outras 15 pessoas acusadas pela morte de Gregório Patrício da Silva, 48 anos, apontado como autor do crime contra sua filha.

Gregório Patrício da Silva foi linchado e queimado por populares no mesmo dia em que foi preso, em 19 de setembro de 2024, em frente à 56ª Delegacia Interativa de Polícia Civil de Jutaí. O Ministério Público do Amazonas (MPAM) denunciou 16 pessoas por homicídio qualificado, entre elas, a mãe da vítima, Vitória Assis Nogueira.

Para o advogado de defesa, Vilson Benayon, a acusação contra a mãe é injusta e desumana. “Esse processo é vergonhoso do ponto de vista moral. Um estranho estuprou e matou uma criança inocente. A mãe da vítima está presa de forma preventiva, covarde e vil. Ela, em momento algum, incentivou a população a invadir a delegacia e matar”, afirmou.

Vitória foi transferida para o Complexo Prisional Feminino de Manaus após ser detida preventivamente. De acordo com a defesa, além da dor irreparável pela perda da filha, ela está sendo punida duplamente. “Ela foi acusada injustamente e está sendo penalizada por um crime que não cometeu”, disse Benayon.

Relembre o caso

Em setembro do ano passado, a pequena Lailla Vitória foi estuprada e assassinada em Jutaí. O principal suspeito, Gregório Patrício da Silva, foi preso, mas acabou sendo linchado por uma multidão revoltada nas proximidades da delegacia. A investigação do Ministério Público apontou a participação de 16 pessoas no homicídio, incluindo a mãe da criança.

O julgamento, marcado para esta segunda-feira (7), promete mobilizar a cidade e reacender o debate sobre justiça, comoção social e garantias legais no interior do Amazonas.

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