Advogada Lidiane Roque afirmou que seringas encontradas pela polícia nos salões eram de shampoo e ampolas capila

Na coletiva de imprensa realizada neste domingo (2), a advogada Lidiane Roque, representante da família de Djidja Cardoso, desmentiu a existência de uma seita e a prática de venda de drogas nas três unidades do salão de beleza Belle Femme. Segundo Roque, as alegações de rituais satânicos e envolvimento dos funcionários são infundadas.

“Não existia seita. Eu sou testemunha ocular. Sob efeito de drogas, eles pregavam a filosofia prevista no livro ‘Cartas de Cristo’, mas não existia seita, não envolviam funcionários nem realizavam rituais satânicos que envolvessem animais”, declarou Lidiane Roque.

A advogada foi questionada sobre as acusações de estupro, cárcere privado e administração de drogas sem consentimento envolvendo Ademar Cardoso, irmão de Djidja. Lidiane Roque esclareceu que o processo está em andamento e que a defesa se manifestará assim que houver mais detalhes.

Apesar de negar qualquer participação ilícita da família, a advogada Nauzila Campos sugeriu que Djidja Cardoso poderia ter sido presa antes de sua morte.

“Se a operação do dr. Cícero, delegado titular do 1º DIP, tivesse sido deflagrada algumas semanas antes, Djidja estaria viva. Estaria presa, mas viva”, afirmou Campos.

Lidiane Roque destacou que o salão emprega 200 funcionários e negou qualquer coação para participação na suposta seita “Mãe, Pai, Vida”. Ela também defendeu que o material coletado pelo delegado Cícero Túlio, como ampolas e seringas, era usado para tratamento capilar.

“Aquelas seringas continham material de shampoo e condicionador. Eu também sou cliente do Belle Femme e posso confirmar isso”, disse Roque.

A defesa cobrou uma ação policial para encontrar os fornecedores das substâncias alegadamente usadas pela família. “Cadê o dono da clínica que fornecia esse medicamento pesadíssimo e perigoso?”, questionou a advogada.

Lidiane Roque afirmou que, embora Cleusimar Cardoso a tenha convidado para usar ketamina, o uso era uma escolha individual e não obrigatório.

“Nunca fui convidada para uma seita, e nunca usaram a expressão ‘seita’. A dona Cleusimar gostava de falar da filosofia de vida dela, mas seita não”, esclareceu Roque.

A defesa da família, representada por Nauzila Campos, informou que novas coletivas de imprensa serão realizadas dentro de 15 a 30 dias, à medida que mais informações sejam obtidas. “O processo ainda está no início, e muitas informações ainda estão sendo apuradas”, comentou Campos.

Lidiane Roque também destacou que algumas informações foram deturpadas pela mídia e que o depoimento de uma familiar de Djidja foi alterado, devendo ser refeito nesta segunda-feira (3), com a presença de um advogado. Além disso, relatou que Cleusimar Cardoso está sofrendo de abstinência no presídio, onde duas ampolas foram encontradas em suas partes íntimas durante uma revista.

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