O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) defendeu nesta segunda-feira, 15, durante evento de empresários para discutir sustentabilidade amazônica, em São Paulo, a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas caso estudos apontem para a “compatibilização ambiental” do projeto. Helder Barbalho deve receber a Conferência do Clima da ONU em 2025.
Segundo o site de O Globo, Helder Barbalho tem conversado com o presidente Luís Inácio Lula da Silva, que estaria mediando o assunto o projeto junto ao Ministério de Minas e Energia. Ainda segundo o site, o projeto encontra forte resistência da pasta do Meio Ambiente, chefiada por Marina Silva.
De acordo com o governador paraense, a exploração do petróleo na bacia do Amazonas seria uma “oportunidade” para a economia da região caso haja “compatibilização ambiental”, apesar da contradição com o defesa do governo federal de maior investimento em energias renováveis em detrimento de combustível fóssil, que tem contribuído para recrudescer as mudanças climáticas, segundo a comunidade científica.
Helder Barbalho chamou de “pensamento estreito” a resistência de ambientalistas com o projeto. Ele afirmou ser a favor da “pesquisa”, e não da “ideologia”.
Representantes de 80 organizações da sociedade civil e ambiental como WWF-Brasil e Greenpeace enviaram ofício no mês passado a ministérios e órgãos do governo federal para que não seja emitida licença de extração de petróleo e gás na Foz do Amazonas.
A foz faz parte da Margem Equatorial, área considerada nova fronteira exploratória que vai do litoral do Amapá ao Rio Grande do Norte. Levando em conta o plano de negócios da Petrobras até 2026, a estatal estima realizar investimentos da ordem de US$ 2 bilhões para as atividades exploratórias em toda a região.
Conforme já revelou O GLOBO, a estatal depende de uma licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para perfurar o primeiro poço, batizado de Amapá Águas Profundas a 160 km da costa e a 40 km da fronteira com a Guiana Francesa. O objetivo desse poço é comprovar a viabilidade econômica.