A audiência de instrução e julgamento dos acusados de assassinar o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, do jornal The Guardian, foi retomada na manhã desta terça-feira (11), em Tabatinga, no Amazonas. Os depoimentos seguem até a próxima segunda-feira (17). As partes e testemunhas devem ser ouvidas remotamente.
A justiça deve ouvir uma testemunha do MPF e duas da defesa dos réus. Nesta fase será analisada se os réus Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”; Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”; e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha” serão levados à júri popular.
De acordo com a defesa dos três, nesta terça, o juiz federal Fabiano Verli termina de ouvir as testemunhas de acusação e deve iniciar a oitiva das testemunhas de defesa. Cerca de 10 foram convocadas.
Já os réus devem ser ouvidos na segunda-feira (17), mas a defesa diz que ainda não sabe se os interrogatórios serão realizados, uma vez que há problemas de internet nos presídios onde eles estão detidos.
As audiências haviam sido suspensas no final do mês passado, após depois de sucessivos atrasos na agenda, ocasionados por problemas na conexão da internet, algo que acontece com frequência na região.
A internet serve para garantir o acompanhamento dos três acusados do caso, Amarildo da Costa Oliveira, Oseney Costa de Oliveira e Jeferson da Silva Lima, que estão detidos em presídios federais de Catanduvas, no Paraná, e de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos nas proximidades da Terra Indígena do Vale do Javari, no Amazonas. Eles articulavam um trabalho conjunto para denunciar crimes socioambientais na região do Vale do Javari, onde há a maior concentração de povos isolados e de contato recente do mundo.
Na Terra Indígena Vale do Javari, encontram-se 64 aldeias de 26 povos e cerca de 6,3 mil pessoas. Dom Phillips pretendia publicar um livro sobre as questões que afetam o território e fazia apurações das informações, com esse objetivo, na época do crime.